terça-feira, 7 de abril de 2020



A sala é o refúgio
Quatro paredes
Um sofá, alguns livros, algumas cadeiras,
Pela janela vejo o sol entrar sem pedir licença
E a sua saída, sem despedida
Escuto um jazz para acalentar os monstros
A porta fica na minha frente, pouco abro   
Depois da sala o tumulto é maior
Bolo com conta de energia
Máquina de costurar com papel higiênico
Três televisões, uma no chão
Creme dental e antenas em cima do guarda-roupa
Chave de fenda e barbeador espalhado no armário
Cadernos para anotar sonhos e números
A sorte parece que nunca foi gentil   
Na mistura, já não sei como se divide cada parte da casa  
E como divido a minha paciência
A desordem é como o sol nunca pede para entrar, entra
Enquanto isso, vou procurando a sala, sempre próxima da porta de saída.

Alexandre Lucas     


Nenhum comentário:

Postar um comentário