segunda-feira, 22 de abril de 2019


Tomo muito café
Alguns bem doces,  outros amargos,
Tem  aqueles que esperamos esfriar um pouco
Outros já são frios demais
Provo das paixões e dos cafés
O café tem vida curta, como as paixões
Enquanto o café acaba
Vou colocar-me  no fogo.

Alexandre Lucas

quinta-feira, 18 de abril de 2019


Escreverei  inúmeras cartas de amor
Em nenhuma, escreverei  para sempre ou eternamente  
Escreverei  cartas de amor para o tempo presente
Dez cartas de amor, cem cartas de amor
Inúmeras cartas de amor por dia, mas que isso,   para amores diferentes
Escreverei cartas sinceras,  intensas e efêmeras como as imagens das nuvens  
Escreverei cartas entorpecidas e libertárias, cartas de amor
Cartas para serem sentidas com a língua e o riso para o horizonte
Escrevo cartas de amor
Mesmo as cartas de amor sendo proibidas
Num tempo em que terra, amor e cartas são privadas.

Alexandre Lucas   

domingo, 14 de abril de 2019


É tudo mentira
Até a própria mentira
É uma grande mentira
O que seriamos de nós sem as mentiras?
A liberdade continua sendo uma mentira
Tem gente que encontra deus na goiabeira
E diz que arma de fogo é para proteger
É tudo mentira.
Mas alguém precisa acreditar em alguma coisa
Quando a verdade é uma mentira o que nos resta?
Dizer verdades mentirosas?

Alexandre Lucas

segunda-feira, 1 de abril de 2019


Eu que queria amar a noite toda
Fico apenas com as palavras
E com a vontade
A noite anuncia que será longa
De companhia, além das palavras
Apenas o corpo molhado da chuva
E as luzes dos trovões
Eu que tenho pouco tempo,
Talvez não possa amar a noite inteira
Mas quando ela deixa
 Amo por uma noite inteira.

Alexandre Lucas     
   

Qual o sabor da tua boca?
Esbugalhada,
Ela textualiza um verso profano
Vejo delicias escritas
Entre língua e lábios
A carne se faz escrita delirante
A tua boca é um livro desses que desejamos ler.  

Alexandre Lucas