segunda-feira, 30 de dezembro de 2019


O poema veio cheio de fogo
Sentiu o ar e bebeu da   agua da liberdade
Procurou sereias no mar
E tocou os céus como pássaro
O poema estava preso achando que era livre.

Alexandre Lucas  


Meus pensamentos atravessaram a paciência
Enquanto tecia a rede para balançar a alma
O vesso se contorcia atordoado
A luta se tornou parte do poema e do pão  
Em cada alvorecer das ideias peço calma
Para persistência de caminhar e amar
A vida se reinventa no aço, no beijo e desespero
E  em cada cruzamento do pensamento.   
  

Alexandre Lucas  

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Nossas bocas que nunca se cruzaram
Fizeram amor com afinco
Molhou o infinito das beiras
Dos grandes lábios
Movidos pelo vapor  da palavra , sua o verso
No exercio do prazer
Nem sempre o corpo transita no amor.


Alexandre Lucas

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

A pipa voava, mas tinha uma linha que segurava
O vento não  bastava
Subia aos céus 
Mas não  podia vasculhar sua imensidão
Tomar café para pensar nas pipas e na raiz  da vida que  nunca é quadrada
Faz vento
E a solidão  me faz querer voar
Que o vento não  tenha linha e que o amor seja um céu para ser assanhado sem dor, sem pudor ou um nenhum por favor.


Alexandre Lucas
A palavra e a carne
Parece fazer samba
Na nossa conversa
Esquenta o fogo e o afeto
Nos coloca pelo avesso
E faz sambar a imaginação
O verso até  rebola
Quando a carne se esquenta na brasa da palavra.

Alexandre Lucas

sábado, 7 de dezembro de 2019

Eu me assassino a cada instante
Logo eu,  que não  quero morrer
Mesmo assim estou morrendo
A vela ja colocaram nas minhas mãos
Quero mesmo é que ela queime
Só para gritar e acordar a passividade
Espero o verso vivo
O desejo do gozo
A alegria de chupar picolé  no banco da praça
De renascer a cada encontro.
Quero mesmo é matar a morte.

Alexandre Lucas
Eu que não sou de sequestrar trem nenhum
Nem de roubar coração
vejo um trilho que me leva a vários caminhos e  um coração que  bate
Quando criança via o trem passar
Meu desejo era subir no ombro dele e seguir
Eu que nunca tive coragem de seguir o trem
Ainda tenho desejos.


Alexandre Lucas
Nunca nos encontramos 
Eu e Ritalina
Dizem que ela ė mimha metade, talvez uma sereia 
Mas sereia ė conversa de pescador
Desses que pescam mais invenções  do que peixes
Sereia ou não  
Um dia quero provar dela 
Sentir o seu gosto
Dentro dos meus pensamemtos 
Talvez por alguns dias 
Ou uma vida inteira 
Dizem que ė  sempre tempo para encontros
Un dia encontro Ritalina .

Alexandre Lucas

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

A poesia estava ali
No meio do parto
Passando pela chuva
Debaixo do sol
Na terra da dor
O poema se fez natal
Trançado entre línguas
Descobriu a mudança 
Nu se fez encanto
A poesia já  estava aqui
Quente e despida.

Alexandre Lucas

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Tenho medo da palavra não dita
Da exclusão
Da inclusão sem consulta
Da dominação,
Tenho medo da bala, da faca, da fala
Do domínio invisível do capital
Da rapidez e da força da opressão 
Do Preconceito, do olho avesso
Do desrespeito, da perna que ultrapassa sem permissão
Tenho medo dos que não sabem dizer não 
Que proliferam a hipocrisia e esquecem da poesia
E ainda tenho medo  do corpo livre e do corpo fechado
Numa sociedade de um povo privado.


Alexandre Lucas
Um meliante  tingido de cinza
Incitava gritos 
Feroz e demente
Gargalhava
Numa viela de três metros
O amor passava longe
Já o ódio se fez sangue e morte
e o silêncio é um estado de impunidade
e o baile continua resistindo.

Alexandre Lucas

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Passei a manhã toda tentando escrever sobre tua boca, teu toque,  teu olhar
Tentei escrever de várias formas
Apaguei palavra, acrescentei outras
Modifiquei a ordem
Só conseguia lembrar do teu gemido e do teu rebolado
Acho que a poesia estava ali indescritível.

Alexandre Lucas

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

O vento  traz um trem de  palavras
Afiadas de afeto
Talham a alma
Numa fé tecida de versos
Que  vão
E nem sempre voltam
A palavra e o corpo se tecem com fome e esperança
E o teu rosto se faz ventre
Onde germina a febre dos desejos e a faca para partilhar a vida.


Alexandre Lucas

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Olhando o livro
Li nosso último e único encontro
Costurado com conversas
Traçado entre línguas e dedos
Um verso de desejo
Transbordado na tua boca
Tumulto em corpos de serenidade 
O ser na coletividade roga por amor
Como a árvore frutífera
Roga pela água
Resta a memória
A compreensão de que existe despedida
Que lê a macieira mordida
Sorrindo de pecado.


Alexandre Lucas