Pensei em guardar beijos
Mas o amor é nascente
A alegria brota brilhos no presente
E amanhã é novo dia, é óbvio
É preciso cuidar da nascente com canto suave, isso nem sempre é óbvio
A palavra tem que fazer para o coração rede
Balançar de felicidade os olhares
Essa deve ser a luta.
Alexandre Lucas
segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
Visita-me com calma
Desata a correria
Compõe a lira do companheirismo
Podemos sentar e sentir o gosto do olho, do café e do alecrim
O cheiro, da alegria e do corpo tocado
A música canta carinho
E os lábios voam, num intervalo de mordidas.
Alexandre Lucas
Desata a correria
Compõe a lira do companheirismo
Podemos sentar e sentir o gosto do olho, do café e do alecrim
O cheiro, da alegria e do corpo tocado
A música canta carinho
E os lábios voam, num intervalo de mordidas.
Alexandre Lucas
domingo, 23 de dezembro de 2018
Não sou a bonequinha de porcelana
Apesar de muito frágil
Não sou a bonequinha de porcelana
Que fica onde você botar, quietinha
Por dias, por anos
Esperando você querer brincar
A bonequinha de porcelana é a coisa
E eu não sendo, me revolto.
Alexandre Lucas
Procuro abraços
Dentro e fora de mim
No quarto, na esquina e no embaraço
Ando pelas ruas, eu e o sol
Nenhum abraço
Olho para mim e vejo braços,
E me abraço com lágrimas
Continuo andando e vasculhando
Dentro ou fora de mim
Existe jasmim e mandacaru
Deve existir também outros braços.
Dentro e fora de mim
No quarto, na esquina e no embaraço
Ando pelas ruas, eu e o sol
Nenhum abraço
Olho para mim e vejo braços,
E me abraço com lágrimas
Continuo andando e vasculhando
Dentro ou fora de mim
Existe jasmim e mandacaru
Deve existir também outros braços.
Alexandre Lucas
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
Nas férias quero língua
Versos e flores
Beijos,
Um riso leve e um olhar de quero
As contas pagas e a casa arrumada
O corpo trançado no teu
De vez em quando
Preciso sentir a minha respiração
também
Enquanto as férias não chegam
eu durmo, mais pouco
Só pra ficar sonhando.
Alexandre Lucas.
No contentamento do instante
O verso goza jogo de palavras
É uma surpresa
O jogo de indecisão e confusão
Nem sempre falamos para compressão
A comunicação trunca, dúbia, dribla
Tripudia as vezes para rimar com a
poesia
Enquanto isso vou desejando o
prazer
Com a intensão de encontrar cada
palavra
Bulinando o querer.
Alexandre Lucas
Será necessário cortar a carne
Só para dizer que está sagrando
Fazer pregas na cara para dizer que dói
Publicar nos jornais um manifesto de dor
E distribuir laudos de sofrimento
Não!
As mãos se estenderão
Nas tardes sepultadas
Às cirandas continuarão quando as dores não forem minhas.
É neste privado estufamento desumanitário que não sigo em marcha.
Só para dizer que está sagrando
Fazer pregas na cara para dizer que dói
Publicar nos jornais um manifesto de dor
E distribuir laudos de sofrimento
Não!
As mãos se estenderão
Nas tardes sepultadas
Às cirandas continuarão quando as dores não forem minhas.
É neste privado estufamento desumanitário que não sigo em marcha.
Alexandre Lucas
Junto as palavras
Aquelas que me dão e não são tuas
Aquelas que pego do tempo, espaço e momento e que também não são minhas
Pego, junto , troco, brinco e crio imagens, recrio a realidade
De palavra em palavra
Comemos no baquete antropofágico temperado com a língua.
Alexandre Lucas
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