segunda-feira, 2 de abril de 2012

Meus camaradas seguirão

Meus camaradas seguirão

Fazendo trovoadas

Para clarear as noites escuras

E abrir caminhos

Meus camaradas seguirão

Armados de justiça

e explosivos de poesia

Meus camaradas seguirão

de bolsos vazios

e de consciência de algodão

leve e macia

Meus camaradas seguirão

Apagando as falsas estrelas

Que se enganam de candentes

Meus camaradas seguirão

Dando um passo para trás

E dois para frente

E quando todos acharem que os sonhos estão perdidos

Uma explosão de estrelas cadentes brotará da terra

E ai serão meus camaradas seguindo...

Alexandre Lucas

E a poesia arremessou sonhos...

Atravessou a esquina, pulou pelos mares

Pegou carona no vento....

Brincou de esconde- esconde

Chegou dentro mim, armou uma rede

E balançou na minha alma...

Alexandre Lucas

Despir aquele vestido

Azul ou roxo

Talvez fosse menos excitante

Do que degustar a noite

Com o teu tempero elétrico

E sem tomada

Asperamente cômica

Atômica

Inquietamente envolvente

Mesmo tendo toque solvente

É pedrinha que quero deitar

Bolar....sorrir

E sentir o gostinho leve de

De algodão doce proferir...

Alexandre Lucas

Nunca Mais

O Golpe militar ocorreu no dia da mentira. 01 de abril de 1964. O golpe nunca foi uma revolução, nunca transformou nada. Escuto histórias dos meus camaradas que viveram aquilo que não foi dita, mas uma dura realidade para o povo brasileiro. Enquanto, alguns querem celebrar as atrocidades nesta data....seguimos defendendo o direito a memória e à verdade e ecoando o estrondo – Brasil: Nunca Mais.

Mataram pela TV
Mataram sem ver
Mataram comendo pipoca
Mataram arrotando coca-cola
Coturnos, paletós e batinas
Costumes, propriedades e carnificinas
Bolos, máscaras e mentiras
Corpos, torturas e tiras
Super Homem, Capitão America, Homem Aranha
Entorpecentes e façanhas
Verde, branco, azul e amarelo
Iludiram o povo com e sem chinelo
Cobriram os
Medicis, Castelos, Costas e Joãos
Mas a dor que pariu
As mãos amputadas,
Banhadas de sangue
Fizeram-se vozes
Amplas e irrestritas em que ecoaram
O estrondo: Nunca Mais.

Alexandre Lucas