Pensei em guardar beijos
Mas o amor é nascente
A alegria brota brilhos no presente
E amanhã é novo dia, é óbvio
É preciso cuidar da nascente com canto suave, isso nem sempre é óbvio
A palavra tem que fazer para o coração rede
Balançar de felicidade os olhares
Essa deve ser a luta.
Alexandre Lucas
segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
Visita-me com calma
Desata a correria
Compõe a lira do companheirismo
Podemos sentar e sentir o gosto do olho, do café e do alecrim
O cheiro, da alegria e do corpo tocado
A música canta carinho
E os lábios voam, num intervalo de mordidas.
Alexandre Lucas
Desata a correria
Compõe a lira do companheirismo
Podemos sentar e sentir o gosto do olho, do café e do alecrim
O cheiro, da alegria e do corpo tocado
A música canta carinho
E os lábios voam, num intervalo de mordidas.
Alexandre Lucas
domingo, 23 de dezembro de 2018
Não sou a bonequinha de porcelana
Apesar de muito frágil
Não sou a bonequinha de porcelana
Que fica onde você botar, quietinha
Por dias, por anos
Esperando você querer brincar
A bonequinha de porcelana é a coisa
E eu não sendo, me revolto.
Alexandre Lucas
Procuro abraços
Dentro e fora de mim
No quarto, na esquina e no embaraço
Ando pelas ruas, eu e o sol
Nenhum abraço
Olho para mim e vejo braços,
E me abraço com lágrimas
Continuo andando e vasculhando
Dentro ou fora de mim
Existe jasmim e mandacaru
Deve existir também outros braços.
Dentro e fora de mim
No quarto, na esquina e no embaraço
Ando pelas ruas, eu e o sol
Nenhum abraço
Olho para mim e vejo braços,
E me abraço com lágrimas
Continuo andando e vasculhando
Dentro ou fora de mim
Existe jasmim e mandacaru
Deve existir também outros braços.
Alexandre Lucas
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
Nas férias quero língua
Versos e flores
Beijos,
Um riso leve e um olhar de quero
As contas pagas e a casa arrumada
O corpo trançado no teu
De vez em quando
Preciso sentir a minha respiração
também
Enquanto as férias não chegam
eu durmo, mais pouco
Só pra ficar sonhando.
Alexandre Lucas.
No contentamento do instante
O verso goza jogo de palavras
É uma surpresa
O jogo de indecisão e confusão
Nem sempre falamos para compressão
A comunicação trunca, dúbia, dribla
Tripudia as vezes para rimar com a
poesia
Enquanto isso vou desejando o
prazer
Com a intensão de encontrar cada
palavra
Bulinando o querer.
Alexandre Lucas
Será necessário cortar a carne
Só para dizer que está sagrando
Fazer pregas na cara para dizer que dói
Publicar nos jornais um manifesto de dor
E distribuir laudos de sofrimento
Não!
As mãos se estenderão
Nas tardes sepultadas
Às cirandas continuarão quando as dores não forem minhas.
É neste privado estufamento desumanitário que não sigo em marcha.
Só para dizer que está sagrando
Fazer pregas na cara para dizer que dói
Publicar nos jornais um manifesto de dor
E distribuir laudos de sofrimento
Não!
As mãos se estenderão
Nas tardes sepultadas
Às cirandas continuarão quando as dores não forem minhas.
É neste privado estufamento desumanitário que não sigo em marcha.
Alexandre Lucas
Junto as palavras
Aquelas que me dão e não são tuas
Aquelas que pego do tempo, espaço e momento e que também não são minhas
Pego, junto , troco, brinco e crio imagens, recrio a realidade
De palavra em palavra
Comemos no baquete antropofágico temperado com a língua.
Alexandre Lucas
sexta-feira, 30 de novembro de 2018
Quando eu olho
vejo além do olho
Parte do olho é mundo
A outra parte é eu jogado no mundo
O poema é olho
Furado ou brilhante
Sangrando ou lacrimejando
Longo ou curto
Murcho ou florido
No poema tudo pode faltar
Menos o olho.
Alexandre Lucas
vejo além do olho
Parte do olho é mundo
A outra parte é eu jogado no mundo
O poema é olho
Furado ou brilhante
Sangrando ou lacrimejando
Longo ou curto
Murcho ou florido
No poema tudo pode faltar
Menos o olho.
Alexandre Lucas
Dentro mim águas turbulentas
A superfície árida da realidade, o verso ácido
Querem nadar comigo
Não tem indecisão
Quando querem me ensinar a nadar
Decido voar
Alexandre Lucas
A superfície árida da realidade, o verso ácido
Querem nadar comigo
Não tem indecisão
Quando querem me ensinar a nadar
Decido voar
Alexandre Lucas
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
No calor da pele
Sinto a respiração
Falando melodias quentes
Ainda balanço na rede a preguiça e as lembranças
O tempo exige pressa
Tenho que correr para tomar café e me encontrar com asfalto e concreto
Talvez sobre tempo para um gole de água
Mas não sei se terá nem meio dedo de prosa
Mesmo assim, tempero as palavras para que a vida tenha gosto.
Sinto a respiração
Falando melodias quentes
Ainda balanço na rede a preguiça e as lembranças
O tempo exige pressa
Tenho que correr para tomar café e me encontrar com asfalto e concreto
Talvez sobre tempo para um gole de água
Mas não sei se terá nem meio dedo de prosa
Mesmo assim, tempero as palavras para que a vida tenha gosto.
Alexandre Lucas
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
Gostaria de ler lábios
E sentir cada palavra
Quente e molhada
Entre um livro e um banho
Receber as mãos
Tateando o viver
O cansaço consome a cabeça
Preciso de um chá
que me afaste do sono e que venha com lábios e sonhos.
Alexandre Lucas
Na cidade ou no campo
Brotam flores e dores
A felicidade é o verso mais procurado
Bandeiras de paz são hasteadas em terrenos de guerra
Na garra se faz doce e se jorra sangue
E entre o céu e o sonho
A vida se desenrola na terra.
Alexandre Lucas
Para cada intervalo frio da vida
Uma xícara quente de café
Acompanhada de uma língua em brasa de doçura
Tricotando com beijos e mordidas delícias
As mãos escritas nas costas apontando o código forte do desejo incontido.
Alexandre Lucas
E sentir cada palavra
Quente e molhada
Entre um livro e um banho
Receber as mãos
Tateando o viver
O cansaço consome a cabeça
Preciso de um chá
que me afaste do sono e que venha com lábios e sonhos.
Alexandre Lucas
Na cidade ou no campo
Brotam flores e dores
A felicidade é o verso mais procurado
Bandeiras de paz são hasteadas em terrenos de guerra
Na garra se faz doce e se jorra sangue
E entre o céu e o sonho
A vida se desenrola na terra.
Alexandre Lucas
Para cada intervalo frio da vida
Uma xícara quente de café
Acompanhada de uma língua em brasa de doçura
Tricotando com beijos e mordidas delícias
As mãos escritas nas costas apontando o código forte do desejo incontido.
Alexandre Lucas
O homem agoniza na multidão
Mas Drummond é mais importante
O homem na mesa é um verso de dor, mas o riso é mais importante
Estendeu-se no papel o corpo do homem
Mais o homem já não estava mais aqui
Existem coisas mais importantes que o homem.
Alexandre Lucas
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
Qual seria a desenvoltura de dois corpos vestidos de pudores?
Eu gosto do verso nu
Da delicadeza sem arrodeios, da palavra forte e do beijo molhado
Da esperança do reencontro
Do carisma feito de lenço de paz
Gosto do despudor
Cheio de afeto e caragem
Das pernas entrelaçadas e voz da liberdade.
Alexandre Lucas
Eu gosto do verso nu
Da delicadeza sem arrodeios, da palavra forte e do beijo molhado
Da esperança do reencontro
Do carisma feito de lenço de paz
Gosto do despudor
Cheio de afeto e caragem
Das pernas entrelaçadas e voz da liberdade.
Alexandre Lucas
Doar parte de mim
Voar permeado com teu calor , ir aos céus
Viajar por alguns instantes na rua boca para cultivar flores, sabores e o gosto de viver
Se a felicidade é a uma fortaleza instantânea
Que seja constante
Pois, a vida é um bosque
Onde procuramos
Incansavelmente sombras para amar.
Alexandre Lucas
Voar permeado com teu calor , ir aos céus
Viajar por alguns instantes na rua boca para cultivar flores, sabores e o gosto de viver
Se a felicidade é a uma fortaleza instantânea
Que seja constante
Pois, a vida é um bosque
Onde procuramos
Incansavelmente sombras para amar.
Alexandre Lucas
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
Vi uma rosa branca, num quintal de angústia
Seu coração, se é que as rosas têm coração
Cheirava continuamente...era tempo de cheirar
Ainda existia perfume
Um desejo de conquistas
Saúde, paz e amor
Bordava os sonhos
Com uma dedicação
Que só uma rosa branca, no meio de um quintal de angústia
Poderia brotar a cada
dia como uma poesia.
Alexandre Lucas
Escrevo com a liberdade que não tenho
O sonho é sempre uma escrita proibida
Até mesmo quando a simplicidade o compõe
De tempo em tempos
O prazer e o sorriso podem ser censurado
O deus do ódio usa maquiagem e artificializa a bondade
Os tiros viram música
O amor uma extinção
Mas a todo tempo a vida resiste.
Alexandre Lucas
O sonho é sempre uma escrita proibida
Até mesmo quando a simplicidade o compõe
De tempo em tempos
O prazer e o sorriso podem ser censurado
O deus do ódio usa maquiagem e artificializa a bondade
Os tiros viram música
O amor uma extinção
Mas a todo tempo a vida resiste.
Alexandre Lucas
Gostaria de ler lábios
E sentir cada palavra
Quente e molhada
Entre um livro e um banho
Receber as mãos
Tateando o viver
O cansaço consome a cabeça
Preciso de um chá
Que me afaste do sono e que venha com lábios e sonhos.
Alexandre Lucas
E sentir cada palavra
Quente e molhada
Entre um livro e um banho
Receber as mãos
Tateando o viver
O cansaço consome a cabeça
Preciso de um chá
Que me afaste do sono e que venha com lábios e sonhos.
Alexandre Lucas
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
O canto foi um verso de dor,
A tristeza se fez paisagem
Mas entre as rachaduras do concreto se espriguiçavam às flores
A simpatia multicolor
Se fez força, energia que se faz voz, punho e poesia
E entre as rachaduras descobrimos o amor.
Alexandre Lucas
A tristeza se fez paisagem
Mas entre as rachaduras do concreto se espriguiçavam às flores
A simpatia multicolor
Se fez força, energia que se faz voz, punho e poesia
E entre as rachaduras descobrimos o amor.
Alexandre Lucas
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Parece que os olhos sempre denuciam
O indigesto e o gesto do desejo
O código que tem um segredo perdido
Num olhar atento
Texto de letras embasadas
A leitura poderá sair
Das advinhações
Dos tabuleiros que colocamos na vida.
Alexandre Lucas
O indigesto e o gesto do desejo
O código que tem um segredo perdido
Num olhar atento
Texto de letras embasadas
A leitura poderá sair
Das advinhações
Dos tabuleiros que colocamos na vida.
Alexandre Lucas
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Reescrever as palavras com outras palavras
Falamos amor infinitas vezes
Sem usar a palavra amor
Vamos reinventar as palavras para reaprender a caminhar
Usaremos azul, verde e amarelo quando for necessário
E o vermelho quando for possível
Tomaremos mais café com Marias e Raimundos
Entraremos na fila só para ganhar mais força
Todos os dias escreveremos cartas sem palavras para o capitão
E rios de livros para o povo debulhar sonhos
Existir será sempre uma certeza para resistir
Como cupins, trabalharemos
Da madeira de lei
Tocaremos o samba que nos une, com suor e brilho nos olhos, com panela cheia e o direito de amar.
Alexandre Lucas
Falamos amor infinitas vezes
Sem usar a palavra amor
Vamos reinventar as palavras para reaprender a caminhar
Usaremos azul, verde e amarelo quando for necessário
E o vermelho quando for possível
Tomaremos mais café com Marias e Raimundos
Entraremos na fila só para ganhar mais força
Todos os dias escreveremos cartas sem palavras para o capitão
E rios de livros para o povo debulhar sonhos
Existir será sempre uma certeza para resistir
Como cupins, trabalharemos
Da madeira de lei
Tocaremos o samba que nos une, com suor e brilho nos olhos, com panela cheia e o direito de amar.
Alexandre Lucas
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
Escrevo versos quando estamos juntos
Quando nossos olhos brilham
E nossos sorrisos brindam
Quando sentamos nas praças
Tomamos café
Quando nos agradamos das flores, borboletas e crianças
Quando sinto a tua mão é sinal que estamos juntos
Escrevo versos quando partilhamos a comida
Mas nem só de prazer escrevo versos
Escrevo quando estou com medo
E escuto gritos entorpecidos
Quando vejo gatilhos sem freios
E ódios incessantes,
A comunicação veloz do capital
Vendando, triturando e bombardeando
Escrevo um verso doce cheio de firmeza
Só para dizer a dureza
Que não escrevo sozinho.
Alexandre Lucas
O girassol amanheceu
abatido,
Como um verso quebrado
O mundo com pétalas secas se fez desesperança
Ainda existem sementes
Os girassóis nascerão
Com a consciência de um novo tempo
brilhos brotarão como flores na primavera
Coragem, o povo sabe plantar girassóis
E voar alto, além dos sonhos
Colher equilíbrio e lutar insistemente por pão, cama e felicidade.
abatido,
Como um verso quebrado
O mundo com pétalas secas se fez desesperança
Ainda existem sementes
Os girassóis nascerão
Com a consciência de um novo tempo
brilhos brotarão como flores na primavera
Coragem, o povo sabe plantar girassóis
E voar alto, além dos sonhos
Colher equilíbrio e lutar insistemente por pão, cama e felicidade.
Alexandre Lucas
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
A poesia não basta
Quando as letras são de ameaças
Quando coturnos e bíblias
Atravessam os céus
E esfregam as almas com ácido
Um exército sem cabeças, perambula
Munidos de ódio e com código de barra adulterado
Carregam suas escopetas de músculos, narcisismo e pêndulos violados
Parem!
Não fazemos apenas poesia
O nosso verso é construído nas ruas,
Nas mãos que puxam outras mãos
No pão que se aprender a dividir em tempos áridos
Nas aulas de histórias que tentaram nos esconder
Nós também não andamos só
Porque o nosso verso é temperado no aço, no braço e no
abraço.
Alexandre Lucas
Rabisco desejos
Enquanto escuto a Imagen do teu riso
Poesia que escorre como história
Livro de pele e de arrepios , de amor
Aguardo o teu café quente
com todo o teu sabor
Tempero refinado de delicadeza e despudor
Borboletas vão surgindo
Como arte e gratidão
No poema da epiderme.
Alexandre Lucas
Enquanto escuto a Imagen do teu riso
Poesia que escorre como história
Livro de pele e de arrepios , de amor
Aguardo o teu café quente
com todo o teu sabor
Tempero refinado de delicadeza e despudor
Borboletas vão surgindo
Como arte e gratidão
No poema da epiderme.
Alexandre Lucas
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
Na ponta da lingua vira poesia
A lingua que escreve com amor
Nas pontas dos dedos mais sabor
Teu corpo dedilhado com ternura
tua pele página guarda histórias
canções de liberdade
no verso composto do cuidar.
Alexandre Lucas
A lingua que escreve com amor
Nas pontas dos dedos mais sabor
Teu corpo dedilhado com ternura
tua pele página guarda histórias
canções de liberdade
no verso composto do cuidar.
Alexandre Lucas
Mesmo diante do terreno de ódio, feridas e cicatrizes
Carrego uma primavera
Que faz curva e cura
Brilho e chuva
Faz inovação
Diante do frio
Quero sentir a respiração cantarolando desejos
E que não falte a flauta mansa das palavras, nem o incêndio da paixão
Em procissão de esperança
Acendo velas
vejo as silhuetas das nossas mãos fazendo versos.
Alexandre Lucas
A gente é um livro de muitas coisas
A cada página uma narrativa de luta
Vamos dando significados as coisas e a nós
Assim como na arte, nada é tão real como a realidade que criamos
Temos a liberdade de criar e nos criar,
recriar,
A vida é isso
Um livro escrito com infinitas mãos, algumas leves, outras fortes
Neste livro procuramos constantemente as páginas de prazer.
Alexandre Lucas
Talvez gostaria de ser um pássaro
Voar, em alguns momentos
Desbravar os céus
Descobrir a prisão e a liberdade de voar sozinho
Tempo, queda, vôo
A poesia já criou asas
Mas só voa com gente.
Alexandre Lucas
É tempo de Sol
E de florescer nos braços
De sentir o sorriso e o beijo molhado
O verso atravessa a lingua num desvelado desejo
Flores de gostar e gozar se fazem quentes
Como são quentes os corpos que atestam a vida.
Alexandre Lucas
Carrego uma primavera
Que faz curva e cura
Brilho e chuva
Faz inovação
Diante do frio
Quero sentir a respiração cantarolando desejos
E que não falte a flauta mansa das palavras, nem o incêndio da paixão
Em procissão de esperança
Acendo velas
vejo as silhuetas das nossas mãos fazendo versos.
Alexandre Lucas
A gente é um livro de muitas coisas
A cada página uma narrativa de luta
Vamos dando significados as coisas e a nós
Assim como na arte, nada é tão real como a realidade que criamos
Temos a liberdade de criar e nos criar,
recriar,
A vida é isso
Um livro escrito com infinitas mãos, algumas leves, outras fortes
Neste livro procuramos constantemente as páginas de prazer.
Alexandre Lucas
Talvez gostaria de ser um pássaro
Voar, em alguns momentos
Desbravar os céus
Descobrir a prisão e a liberdade de voar sozinho
Tempo, queda, vôo
A poesia já criou asas
Mas só voa com gente.
Alexandre Lucas
É tempo de Sol
E de florescer nos braços
De sentir o sorriso e o beijo molhado
O verso atravessa a lingua num desvelado desejo
Flores de gostar e gozar se fazem quentes
Como são quentes os corpos que atestam a vida.
Alexandre Lucas
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Perderia-me no mar
Deixaria tuas ondas me navegar
Forte e devagar,
Molhado com o orvalho do teu prazer
Faço-me anjo de cachos e sexo
Sagradamente provo teus lábios e o gosto da tua sucção
O céu azul fica estrelado
Enquanto fico derretido sobre o seu olhar.
Alexandre Lucas
Deixaria tuas ondas me navegar
Forte e devagar,
Molhado com o orvalho do teu prazer
Faço-me anjo de cachos e sexo
Sagradamente provo teus lábios e o gosto da tua sucção
O céu azul fica estrelado
Enquanto fico derretido sobre o seu olhar.
Alexandre Lucas
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
Entre as linhas e o desejo, nada
discrepante
Apenas meu corpo sobre o teu em
intervalo
Distante
O beijo de fogo nas entranhas
Faz consenso de prazer
Eternamente, por um instante
suspiro
Flores de braços e carnes
Desenham uma vontade inquieta.
Alexandre Lucas
domingo, 9 de setembro de 2018
Com quantas gotas de sangue se faz uma facada?
Nenhuma!
A violência não precisa vir jorrada de facas, tiros e sangue
Na verdade, a violência não precisa nem vir.
Gostaria de mandar um recardo para ela:
Não venha!
Será inútil
Ela não obedecerá
Enquanto não desaprendermos a deixar o sangue do outro guardado
A violência não manda recado
E se esconde nas mangas dos paletós
Na ausência dos sonhos e na presença dos pesadelos.
Alexandre Lucas
Nenhuma!
A violência não precisa vir jorrada de facas, tiros e sangue
Na verdade, a violência não precisa nem vir.
Gostaria de mandar um recardo para ela:
Não venha!
Será inútil
Ela não obedecerá
Enquanto não desaprendermos a deixar o sangue do outro guardado
A violência não manda recado
E se esconde nas mangas dos paletós
Na ausência dos sonhos e na presença dos pesadelos.
Alexandre Lucas
Nem mico, nem mito
Minto, minto, minto
Atrofio, fio, atroz
Minto, minto, minto
Músculos, culto e força algoz
Minto, minto, minto
A verdade é
Minto, minto, minto
E como um piu programado
Minto, Minto, minto
E de tanto
Minto, minto, minto
A verdade parece não existir
Fora do minto, minto, minto.
Alexandre Lucas
sábado, 1 de setembro de 2018
Deitado olho o horizonte azul,
Ainda sinto a lua piscar os olhos
Relembrando o afeto
Sonhos, daqueles se sente na pele
Caminho que fazemos
Na boca e na luta
Em tempos frios é preciso resistência com calor.
Alexandre Lucas
Ainda sinto a lua piscar os olhos
Relembrando o afeto
Sonhos, daqueles se sente na pele
Caminho que fazemos
Na boca e na luta
Em tempos frios é preciso resistência com calor.
Alexandre Lucas
Escreveria com fidelidade na tua boca
Um poema provocante
Teus lábios como fitas
Estimula uma escrita temperada com fogo e paciência,
Quando as peles se cativam , é como uma amizade que se cuida
Fazendo uma escrita sedutora.
Alexandre Lucas
Um poema provocante
Teus lábios como fitas
Estimula uma escrita temperada com fogo e paciência,
Quando as peles se cativam , é como uma amizade que se cuida
Fazendo uma escrita sedutora.
Alexandre Lucas
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
Tenho uma bandeira vermelha,
Talvez ela seja mais velha, surrada e empoeirada
Do que outras bandeiras
Eu tenho uma bandeira vermelha
Ela não é laranja, nem azul
É vermelha
Da cor de sangue, da maçã e do pau Brasil
Dizem até que o amor é vermelho,
Nem sei de onde tiraram a ideia que o amor tem cor
Só sei que a minha bandeira é vermelha
Elas, ainda, são raras
São dessas que não vendem nas esquinas
nos gabinetes, nos
quartos, nos leilões e nos cabarés
Eu tenho uma bandeira vermelha
Tecida por anos, ainda continua sendo tecida
Ganhei há alguns anos essa bandeira vermelha
Nunca a deixo em casa,
Sempre a carrego erguidas nas palavras e nas ações.
Eu tenho uma bandeira vermelha.
Alexandre Lucas
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
Eu escrevo a poesia amor
Cravada com botões
pontiagudos
Lembranças de brasas
Lágrimas
Diabo como adjetivo
pronunciado com
bastante força: “jabo”
Sim, carrego o peso e a esperança
A palavra não vem neutra
E o amor não vem sozinho.
Alexandre Lucas
quarta-feira, 18 de julho de 2018
Calem a boca
Dizem que no teatro deve se fazer silêncio
Na dança silêncio
Na música, na m-ú-s-i-c-a silêncio
Na exposição olhares de contemplação e silêncio
Na periferia a mãe grita:
Filho da puta
Peste
Cão
Diabo ruim
O filho atende, às vezes
A violência vem do grito e muito mais do silêncio.
Alexandre Lucas
quinta-feira, 21 de junho de 2018
Em dias frios
Suspiros e boca quente
A consciência flutua
Falta ar
O coração dispara
Enquanto escorro
Entre os teus olhos e lábios arregalados.
Alexandre Lucas
Escreveria nos teus lábios
Com língua e dedos
Um poema gemido
De cada sim e de parte a parte
Um verso contorcido
Nós tecidos
Escreveríamos um livro
Alexandre Lucas
domingo, 17 de junho de 2018
Escutava-se do apartamento blues e choros
Talvez já seja tarde para o abraço silencioso
Para conversa com agua e café
Mil desaforos e infinitas declarações de amores
Foram professadas do mais potente alto falante
Ninguém escutou
Esse silêncio é um cartão de visita sem volta
Um rio de lamentos interrompido no caminho.
Alexandre Lucas
Ainda namoro comigo e não é nada fácil
Tem dias que menstruo e nem quero tomar banho
E obrigo a me suportar
Tem horas que desejo
bailar na cama sem horas para cessar
Em outros o silêncio é a
melhor serenata
Têm dias de dores, esses são os piores
Parece que entramos no liquidificador
E não sabemos apertar os botões, aquele que para
Mas ainda bem que namoro comigo
E ainda não me encontrei com Maiakovski.
Alexandre Lucas
Engasguei-me com o
assalto
Quando levantei as mãos
Já estava despido
Com frio e medo
Encolhi-me
Para escrever
Poemas chorosos de esperança.
Alexandre Lucas
sexta-feira, 1 de junho de 2018
O dia amanhece
O sol parece chorar
Na estrada caminhões parados
Faixas pedem intervenção militar
A afefalia desfila na estrada
A história foi enterrada numa butija sem mapa
Vamos escavar as estradas, desenterrar a história
Com militar nem greve, nem poesia
Atesta a história
Liquidificadores de sangue
Orquestrados nos porões
Silenciosos do poder
Maqueiam a ordem
Da tortura, censura e da frescura.
O sol parece chorar
Na estrada caminhões parados
Faixas pedem intervenção militar
A afefalia desfila na estrada
A história foi enterrada numa butija sem mapa
Vamos escavar as estradas, desenterrar a história
Com militar nem greve, nem poesia
Atesta a história
Liquidificadores de sangue
Orquestrados nos porões
Silenciosos do poder
Maqueiam a ordem
Da tortura, censura e da frescura.
Alexandre Lucas
quinta-feira, 31 de maio de 2018
Escuto um blues
Para desatender a tempestade
Da boca molhada dos céus
Estamos distantes
Mas os trovões se fazem tão perto.
Alexandre Lucas
Para desatender a tempestade
Da boca molhada dos céus
Estamos distantes
Mas os trovões se fazem tão perto.
Alexandre Lucas
quarta-feira, 23 de maio de 2018
Sozinho no parto
Carregos nos braços o choro
O verso nasce do pranto
Das pernas abertas
Expulso a dor para nascer o poema.
Alexandre Lucas
terça-feira, 22 de maio de 2018
Quando todas as vozes se
calam e insistem em anular o dialogo
Grito com as palavras,
Desocupo o entulho que
me engasga
Retiro cada monstro que
se instalou ao longo dos tempos
Gritar com as palavras é
fácil e necessário.
Difícil mesmo é
enrocasse num dialogo de suspiros, desses que nos fazem gozar.
Alexandre Lucas
Despeço-me no meu silêncio manifesto
O corpo gélido já não abre alas e nem ruas
Não fecha e nem abre portas
O corpo tombou na vida
Ela ( a vida) que era tão besta
Resolveu acabar com a besteira
E o verso da carne se fez vida
Que não se refaz.
Alexandre Lucas
Quero plantar flores, nunca plantei nenhuma
Até tentei, parece que não é fácil plantar flores
Quando se plantar flores, elas ficam ali paradas e depois morrem.
Nasceram novas flores e novamente novos cuidados
Mas fiquei pensando elas ficam paradas
Como seria se as flores me plantassem?
Alexandre Lucas
Trabalho na escassez das minhas forças
Carrego caixas pesadas de informações
Trabalho com o coração, o meu
Ele não me parece de pedra ou de aço
Acho que ele é de teia de aranha e não suporta muito peso
Ele pode disparar, acalmar ou ainda parar
Alexandre Lucas
segunda-feira, 21 de maio de 2018
Enquanto dormia
Falei com deuses e diabos
Com orixás, duendes e ETs
Com monstros e árvores
Pulei do precipício
Toquei fogo na casa
Fui a lua, cheguei perto do sol
Dei a volta ao mundo
Ainda continuo aqui
Enquanto você dorme.
Alexandre Lucas
domingo, 20 de maio de 2018
Tiro a roupa
Para escrever
cartas de amor
A cada linha
descrevo o vestido que encobre verdades não
ditas.
Alexandre
Lucas
sábado, 19 de maio de 2018
Sempre me lembro do homem da
esquina
Olhava sempre para baixo
Como se estivesse buscando a vida
no chão
Os dias se passavam
O
homem só tinha a esquina que nem era sua
Um dia a esquina estava cheia,
E o homem já morto foi notado.
Alexandre Lucas
Escrevo um poema de imagens
Nele vejo a boca com
os lábios enviesados
A ponta dos seios em forma de seta
As pernas despidas
E uma carta para abraçar a alma
De fogo e afeto
No poema cabe tudo,
O desejo, a esperança, o objeto, o dejeto
O verso, a alma e o incerto
O poema atreve a mente
Sem pontos, pontilha o infinito
Em canto e grito.
sexta-feira, 18 de maio de 2018
Talvez eu tenha partido
Esperei o bom dia, boa tarde, boa noite
e até a boa madrugada
a roupa ficou
empoeirada de tanto esperar
os rios secaram, as rosas murcharam
e o fruto verde, numa amadureceu .
Alexandre Lucas
Escrevo quando a alma
chora e quando ela rir
Escrevo quando o acoite sangra
E quando o corpo treme de prazer
Escrevo na pele linhas gozadas
e versos no ventre da
vida
sempre que necessito respirar, escrevo
mas antes que tudo
Escrevo por que existo.
Alexandre Lucas
sábado, 12 de maio de 2018
Primeiro privatizaram a buceta
Pensando na
propriedade da terra
Entre arames e símbolos cercaram a liberdade
Depois coisificaram o que não era coisa
Alargaram quadrados e diminuíram outros
Entre cacetes e bucetas,
Uma balança de uma justiça cega e assimétrica não dorme.
Alexandre Lucas
O poema está engasgado
De dor e desejo
Como posso pelo poema
Grito e silêncio,
E ainda reinvento de acordo com o tempo
Alexandre Lucas
segunda-feira, 7 de maio de 2018
Talvez seja tarde
E o amor tenha sido uma tigela de gelo
O corpo esteja estirado no
canto frio do quarto solitário
Restam poemas escritos com o
pulso sangrando
É tarde
E o galo já não canta.
Alexandre Lucas
domingo, 6 de maio de 2018
Minhas palavras não serão polidas
Não escrevo joias
Elas poderão ser enormes e as chamarei de palavrão
É assim que devemos chamar as palavras grandes
Como paralelepípedo
Não serão feias ou bonitas, serão palavras
Onde está o cu e o culto
está os humanos
E só por isso existe a palavra.
Alexandre Lucas
Vejo nas mãos dos meus pensamentos
Nossos corpos salientes de verso profano
Mordo o vento, apalpo as nádegas da espera
Retiro com a boca a calcinha verde
Ainda resta esperança
Chega com desejo e carne
Para que o poema nasça composto
De gemido e gozo.
Alexandre Lucas
sábado, 5 de maio de 2018
O amor não tem porta, muito menos chave
Não tem parede, nem teto
As vezes dorme no relento
Outras nos braços
Tem horas que dorme nuzinho
Mas tem horas que fica vestido para o pólo norte
O amor é uma invenção complexa
Que nunca chega a ser completa
É uma certeza incerta
O amor é um texto escrito com várias mãos
Ele é tanta coisa
O amor é como a esperança
Dificilmente falta.
Alexandre Lucas
domingo, 29 de abril de 2018
Hoje vou para escola de camisa encarnada
De sandália de couro pintada de amarelo
De calça branca com listras goiabas
Estou para decidi se vou de turbante ou boné aba reta
Quando chegar, vou
questionar o que nos cabe
Cabe-nos saber, da ciência, da filosofia e das artes
Do que acontece no mundo, das lutas e da atmosfera
Da decodificação da palavra, da economia e da ideologia
O que na escola não nos cabe
É a festa do pai , da mãe, da santa
e do santo
A oração só se for gramatical
Decidir quem deve amar quem
ou lugar de alguém, também não convém
Hastear a bandeira do conhecimento,
Essa deve ser a moral da escola
Para que dirigido aprenda a ser dirigente.
Alexandre Lucas
quinta-feira, 26 de abril de 2018
Faço-me companhia para o café e a conversa
Porque as paredes não escutam nada
o profundo verso, o grito estrondoso
o choro e nem uma prosa de amor
A vontade que tenho é de quebrar as paredes
Talvez as paredes precisem ficar inteiras
Para acolher a companhia.
Alexandre Lucas
quarta-feira, 25 de abril de 2018
Rasgo a espera
Antes que se rasgue o estômago
Nado em pétalas de
sonhos rasgados
De aguas salgadas
E de cada despedaço
faço uma colagem árida
Esperando a chuva chegar.
Alexandre Lucas
terça-feira, 24 de abril de 2018
A garrafa está cheia de café e de pouca paciência
Os trabalhos se acumulam e as ideias se multiplicam
As nuvens de ideias vão surgindo e vou tocando
Às vezes sai uma valsa, outras só barulho
Enquanto isso faz calor para rimar: penso em amor
Em fazer amor, sem pontos, sem vírgulas, sem pudores
O café me deixa acesso, como o desejo e a luta
Intenso, são também os
dias.
Alexandre Lucas
segunda-feira, 23 de abril de 2018
Durante a noite posso desaparecer
Como as cartas que em
tempos difíceis nunca chegaram
Deixo algumas cartas, sem endereços ou destinatários
Escrevi e fui
deixando no caminho, umas mais apressadas
Outras densas e confusas,
Elas estão espalhadas num mapa rasgado e perdido
as palavras que elas contém vão se encaixando com os gestos
e se arranjando num baralho que nem sempre é possível jogar.
Alexandre Lucas
O prazer foi enxotado
Com vassouras de pelos de prego
Estava deitado, ereto e viajante
O prazer estava despido
Com os lábios entre os dentes
E olhos arregalados de gosto
O prazer deitou-se no silêncio
Murcho, vestido e ferido
e adormeceu.
Alexandre Lucas
domingo, 22 de abril de 2018
A criança falava baixinho
Estou com fome, mãe
E a mãe achava que era apenas uma frescura
Em tom mais alto a criança repete
Estou com fome, mãe!
E a mãe irritada diz: chega!
Não houve a terceira, a criança se calou
Morreu de fome.
Alexandre Lucas
Língua livre
Para discursar o desejo
Empunhar a bandeira da liberdade
Manifestar a rebeldia
Acolher o afeto
Língua para gestar a palavra e temperar o gozo
Que não nos falte a língua,
no banquete dos afetos
E na procissão pela vida.
Alexandre Lucas
Gosto de acordar com o carinho das palavras
Espreguiçado, com um tempo mais lento
Abrindo devagarzinho os olhos para sentir o gosto do dia
Um café quentinho, uma companhia mesmo que distante
Pulei da rede sem nenhuma palavra,
Não tive tempo de esticar os braços
Nem me ver no espelho
Sair correndo com a xícara na mão
Com café amargo, de
muita água e pouco pó
Esqueci-me de desligar o acelerador
Nem sempre ele anda comigo.
Alexandre Lucas
Escuto tiros e cachoros latindo
A rua faz barulho
Vejo pela brecha fumaça
Tento sair, não consigo abrir a porta
Estou preso
Fabricando monstros e celas
Alexandre Lucas
A rua faz barulho
Vejo pela brecha fumaça
Tento sair, não consigo abrir a porta
Estou preso
Fabricando monstros e celas
Alexandre Lucas
sexta-feira, 20 de abril de 2018
Hoje não tem poema
Porque não teve pão
A correria foi companheira
E o desejo entalado
Todas as desculpas são argamassas
Para misturar palavras
E compor narrativas do duelo da vida
Que se faz de amor e dor.
Alexandre Lucas
quinta-feira, 19 de abril de 2018
Compor um poema
Com sincera-mente
Ele já nasce
Mentirosamente.
Alexandre Lucas
Pichei a geladeira do teu coração
Só para sentir vida
e catar umas palavras
Alexandre Lucas
sábado, 14 de abril de 2018
Nas noites das mais
variadas luas
Nos dias de sol e cinzento
No calor e no frio
Na correria capital
Na luta contra a subsistência
Além do arroz e feijão
Que não falte
Nós nus (e vestidos)
Compactuando pele, suores e assaltos afetivos
Tramando um desejo coletivo
composto de fartura e fraternidade.
Alexandre Lucas
quinta-feira, 12 de abril de 2018
Meu pai tem uma perna
A outra é um pedaço de ferro que se faz perna
Nunca vi a outra perna de carne e osso do meu pai
Pai tinha duas pernas
E eu nem existia
Mas se hoje pai tivesse duas pernas
E uma apartasse e bolasse no asfalto
Não comeria pipoca
Não sentaria no sofá
E não ficaria curioso para espiar a dor humana.
Alexandre Lucas
sábado, 7 de abril de 2018
Não peçam silêncio
Quando as bombas e os tiros se anunciam
Faz dor e nós gritamos
De tão alto acordará os vizinhos, a América Latina, o
mundo
Nós nos importamos
Quando a pimenta arde,
Quando o sangue se faz cachoeira
Quando a pele abre crateras
Quando o medo e o ódio querem se fazer morada
Quando a mentira dita infinitas vezes quer se
fazer verdade
As bombas não calam, muito menos dispersam
Os tiros do passado são siameses dos de hoje
E eles nunca
mataram as ideias.
Alexandre
Lucas
Madrugada de
08 de abril de 2018.
Nem BOstas, nem DEMônios , nem TUpelosCANOS
Nem arrego, nem
desespero
Outros dias estão nascendo
brotará foice e martelo, estrela e sol
Canhões de flores,
bandeiras vermelhas, amarelas e brancas serão borboletas nas
ruas
As bandeiras brasileiras terão o mastro multicolor do seu
povo
Lulas, Manuelas e Boulos serão temperos dos sonhos que não se prendem
O país inundará de
esperança
Seremos o formigueiro vermelho, mais denso e mais convicto
Espalhados e juntos, caminharemos
Para uma terra sem boi zebu.
Alexandre Lucas
Tem dias em que as lágrimas batem por dentro
Sacudindo o tempo com rajadas de trovões
Que a chuva da alma nunca fique presa nos céus
Caia chuva
Depois de você (chuva, lágrimas)
Forte broto da terra.
Alexandre Lucas
terça-feira, 3 de abril de 2018
Em tempos de infláveis e patos amarelos
Verdes olivas batem continência para o atraso
Uma torcida corre com olhos vendados e ouvidos lacrados
Empunham com a mão direita
Uma tocha, uma balança desmedida e um dicionário de mentiras
Nas escrituras da dor
Desconhecem:
Pau-de-arara
Choque elétrico
Pimentinha
Afogamento
Cadeira do Dragão
Geladeira
Cobra
Barata
Banho chinês
Injeção de éter
Soro pentotal
Telefone
Sexo anal com cacetete
Fio no pênis e na rosa vagina
Dessaber
Um relatório para a história
Brasil Nunca Mais.
Alexandre Lucas
segunda-feira, 2 de abril de 2018
Fazer pipoca
É juntar milhos,
Colocar para esquentar
Esperar
Pouco a pouco cada milho se avessa
Algumas pulam fora
Outras queimam
A maioria parece ser igual
Apenas parecem
Enquanto faço pipoca
Penso como se esquenta uma ditadura.
Alexandre Lucas
sábado, 31 de março de 2018
Verso de língua
É um canto de prazer
Que se faz descascando
Os mistérios do corpo
Para ele cantar
Um canto gemido de sabor
Que se faz quente e úmido
Para aquecer os encontros.
quinta-feira, 29 de março de 2018
Acabem logo com os direitos humanos
Blasfemam: os de panelas cheias
Nos seus incontáveis holofotes de sedução
Continuam
Não se esqueçam dos bandidos
Bandido são pretos, pobres
Moram nas favelas, subúrbios e periferias
São perigosos, violentos e assassinos
E acham que tem direito de comer em panela cheia
Acabem com os direitos humanos
Daqueles que tem intermináveis panelas cheias
E ai, os direitos humanos deixaram de ser coisa de bandido.
Blasfemam: os de panelas cheias
Nos seus incontáveis holofotes de sedução
Continuam
Não se esqueçam dos bandidos
Bandido são pretos, pobres
Moram nas favelas, subúrbios e periferias
São perigosos, violentos e assassinos
E acham que tem direito de comer em panela cheia
Acabem com os direitos humanos
Daqueles que tem intermináveis panelas cheias
E ai, os direitos humanos deixaram de ser coisa de bandido.
Alexandre Lucas
domingo, 25 de março de 2018
A esperança dança no meio do caminho
Como a bandeira rubra
Que junta fabrica de
famintos
E cultivadores da terra
É preciso temperar o
alimento da revolução
Com mãos e mentes, exploradas
e oprimidas
Vamos preparar o banquete
O gosto do nosso tempero
tem que ter o sabor da felicidade
de ver o povo dividindo
O fruto do trabalho socializado.
Alexandre Lucas
sábado, 24 de março de 2018
Linda palavra que se abre entre as pernas
Grandes lábios de beijos colados
Treta, faceta, buceta
Pecado, só se for calar o desejo
Errado é o silêncio que tranca
Abre
O teu vale molhado, quando quiser.
Alexandre Lucas
Nós nos tapamos de olhares
Enquanto nossas línguas
se esbarram
Fazendo versos em ziguezague
Na esquina ( das tuas curvas)
Faço frevo, bebo do teu sabor
Visto-me de nudez só para enxergam
Os teus olhos revirar.
Alexandre Lucas
terça-feira, 20 de março de 2018
Amo-te sem intervalos filho
Como é sem interrupção a nossa
relação
Nunca seremos ex
Mas parte da mesma parte
e cheio de outras partes nos
faremos únicos
na medida do agrado e desagrado
fiaremos o bordado da vida
as vezes com linha frouxa, outras
apertadas
com simetria ou assimetria
com varias cores
ou branco no branco
ou preto no preto
a agulha dos sentimentos vai fiar
podemos furar os dedos
ou confiar que agulha vai apenas
bordar
e sem intervalos,
corro com a pressa necessária para fiar na alma,
o bordado tecido com as linhas da vida
que carrega a imensidão que nos
faz pai e filho
o bordado pode não ser tão visível
quantos as palavras
mas com letras garrafais e invisíveis
está adornado: Eu te amo.
Alexandre Lucas
domingo, 18 de março de 2018
A palavra é finita
Podendo carregar infinitas possibilidades
Um poema pode ter mais intenções que palavras
Pode ser preciso,
Pode não dizer nada com nada...
Prefiro o poema de muitas ou pouquíssimas palavras
Mas que me afeta!
Alexandre Lucas
Sou de um partido
Que tentaram partir
Partiram alguns, algumas
Sumiram outros, outras
As balas atravessaram os corpos
As piranhas devoraram
carnes
Nos porões, a lucidez
foi baldeada
Entre paletós, batinas e fuzis
A elegância da maldade imperava
Sobre os bons costumes,
Costumes infelizes
Até tentaram achatar foices
e martelos
Achando que achatariam as ideias
Elas, continuam vivas
Temperando foices e martelos.
Alexandre Lucas
quinta-feira, 15 de março de 2018
Que as línguas e as bocas
Duelem prazer
Que o gemido seja sinfonia
Dos nossos encontros
Pausa, tomando fôlego
Os corpos já não se comandam
Atrelam-se e se atritam
Entram-se e se diluem
Como peixinhos que
encontram caminhos.
Alexandre Lucas
Assinar:
Postagens (Atom)