Você abriu a porta com aquele vestido aparente seios
E uma voz macia que parecia fazer cama
Seu corpo nu configurava na tela atravessado de facas e
tesouras
Teus olhos cor de esperança declarava ternura
E escondia um turbilhão de segredos
Líquidos de uva, acalentava descobertas numa dislexia de
afetos
Tuas palavras recheadas de mãos me faziam sentir a dança das
folhas e os terremotos
Já conversávamos quase despidos, ainda não dava para ver as
cicatrizes
Apenas os olhos famintos de quem quer descobrir o mundo numa
noite
Enquanto isso nossos dedos se despediam com juras de cafuné.
Alexandre Lucas