Escrevo cartas fora das linhas,
Vou ponteando os momentos
Lembrando dos versos sem palavras
Das nossas mãos e pés escrevendo bússolas
Da partilha do bolo, do suco e do riso
Do beijo e do livro
Vou me embolando nas histórias
Mas é tempo de guerra e despedida
Os lençóis ainda estão molhados
Não aprendi a dizer adeus, nem guerrear
Ainda acredito na carne que se atrita de prazer
No corpo que se protege
No poema cantado pelas manhãs para acordar alegria
e sussurrado a noite para acolher a felicidade.
Alexandre Lucas