domingo, 25 de agosto de 2019


Entendo das ferrugens
E dos ácidos tóxicos
Mentira, a tabela periódica
Sempre foi um transtorno
Assim como os amores
A composição  são  ingredientes  desconhecidos,
Por isso, muitas explosões,
Nada previsível.
Dizem que o Amor é para explodir   
De raiva ou de brilho
Dessa química, a tabela periódica sempre foi rasgada.
Como o vento que rasga o vento

Alexandre Lucas

domingo, 18 de agosto de 2019

Entre as cruzes
Carrego as minhas escolhas
Um terço de sentenças para orar todos os dias
Um sol e uma lua para reinventar as nuvens
Uma bandeira para estender, dormir e amar
Carrego a escolha, que posso voar,
Pelo menos por alguns instantes.

Alexandre Lucas

sábado, 17 de agosto de 2019

O  amor se espalha no horizonte
Mesmo com a lealdade violenta
Da verticalidade do poder
Um sentimento forte diz: 
Segue camarada
Na confiança que a felicidade não é eterna
Sigo 
Vou catando esperança,
Mesmo o espinho não deixando de ser sincero.

Alexandre Lucas

A solidão da cozinha temperava uma canção
Escutava a lua, que mesmo silenciosa
Fazia-me suar,
O violão entoava tua boca cheia de mãos
E o teu sexo fervia
Enquanto me deslizava pelos teus lábios.

Alexandre Lucas   



O vento presente sopra dúvidas
Poderia soprar tua roupa
Descobria teus sinais
E deles faria uma constelação
Construiria uma história de verdade
Para o tempo efêmero  
Entra a bússola e a busca
Ainda não temos respostas
O vento parece ser forte
E no cotidiano vamos sendo levados  
Pelos redemoinhos das relações.


Alexandre Lucas




Recebi promessas
E um saco vazio
Nunca conseguir encher
Nem de saudade e nem solidão
Muito menos de paz e de saúde
É tempo de celebrar a casa vazia
Já guardo muitos gritos
A tranquilidade é um  haikai
De tempos em tempos:  encontramos
Talvez o saco esteja cheia
E seja preciso esvaziar
Dizem que viajar é celebrar a vida
Só não sei se devemos levar o saco.

Alexandre Lucas   


Gosto mesmo é de subir nas cadeiras
De beijar com gosto  e de escutar gemidos
Tomar café na banca de bombom
E de ver as crianças brincando no terreiro
De chupar manga para ficar com a boca amarela
De falar palavrinhas e palavrões
Ser coloquial no desejo
A norma culta é uma jaula fria
Em que as flores não aparecem.

Alexandre Lucas   

quarta-feira, 14 de agosto de 2019


Costurar nuvens é complicado
Nunca é possível concluir
É como querer beijar a boca
Vendo uma fotografia distante
Prefiro é imaginar a delicadeza do carinho
E o absurdo do prazer.

Alexandre Lucas   

domingo, 11 de agosto de 2019



Homem chora 
Se estrepa e trepa 
Usa batom, chupa o que quiser
Homem chora pelo amor que não veio
Pelo te amo que perdeu
.... homem aprende desde cedo
A ser o que não presta
A dividir as cores, brinquedos e conter as lágrimas
Homem aprende a ser macho,
E isso não presta.   

Alexandre Lucas

sexta-feira, 2 de agosto de 2019


Descobrir o sabor da  conversa
Longe do sol e da pressa
Esquecendo a hora
Sentindo o gosto agradável da palavra
Encontro  um jardim de letras e de sombra
Para tomar do tempo a palavra que me foi roubada.

Alexandre Lucas