sábado, 23 de fevereiro de 2019


Estou fazendo o café
Lembrei da ligação
E fui organizar os livros
Cortei o papel
Desliguei o fogo
Varri a casa
Terminei o café
No caminho para banheiro
Lembrei da carteira de identidade
Escrevi uma poesia
Tomei um gole de café.
Eu não podia esperar  apenas pelo café.

Alexandre Lucas  

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019


Vejo versos vermelhos
Na tua boca maçã
Poema carnaval
Escrito no tecido erógeno da imaginação
Teus lábios tem uma escrita profana
Leio com gosto
Com o prazer que Eva teve ao comer a maçã
Pecado, é não descobrir o teu poema
Tão exposto,  na primeira página
Abaixo dos teu olhos.

Alexandre Lucas     

sábado, 16 de fevereiro de 2019


Casa, caso, casamento, acasalamento       
Entranhamentos
Na deriva
Casei comigo, em dias tranquilos
E em dias de tempestade
Fico para me separar
Parar e sentir o ar
Casar
Interminavelmente casamos.

Alexandre Lucas



Não era amor
Mas era abraço forte
Não era sexo
Mas parecia
Aquele homem vestia preto
Por cima do preto
Na escutava nada     
Não era asfixiofilia
Muito menos poesia
Extra , Extra, Extra
O supermercado tem comodidade  
Para cachorro da madame
Com personal dog
Mais um preto anônimo
É estrangulado
Na rotina dos homens de preto
    

Alexandre Lucas   

domingo, 3 de fevereiro de 2019


O café é a grande companhia
O jantar foi cancelado
As velas foram apagadas
Sobre a mesa uma salada de papeis e outras coisas
Para comer trago indelicadezas e uma gastrite
Prossigo, ainda tem na garrafa café e alguns desaforos.

Alexandre Lucas   



Eu sou homem que veste rosa
Que gostar de poesia,
Que fala de flor e de rosa
Que vai a sorveteria e as lojas de bijuterias
Que de cara não tem cara de homem
Sou desses homens que chora
No quarto e na praça
No momento só precisam saber que choro.

Alexandre Lucas  


Vasculhando meus olhos
Sentir saudades
Encontrei versos de pedaços cheios de cor
Saia rodada, cordel do fogo encantado
Peregrinações no teatro da vida  
Brilhos, estrelas e massagens nos olhos
Ainda lembro das massagens nos olhos
Como da homeopatia dos beijos e da sua evolução
Poema interrompido
A vida segue
E a poesia se reinventa.

Alexandre Lucas   

sábado, 2 de fevereiro de 2019


O poema engarrafado de uma noite de vinho
Guarda os olhos claros e o sorriso embriagante
Os versos que se fizeram nas praças e no estreito sofá
A lembrança da dança, da chuva e da alegria de correr pelas ruas
O brilho dos afetos, não se engarrafa
Anda solto
Não pede permissão
Entra, como luz,
Basta uma brechinha.

Alexandre Lucas    

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Eu que nunca menstruei
Entendo de várias outras menstruações
Existe sempre uma maça no caminho
Gostosa, irrecusável e na boca da cobra  
E um incomodo novo de tempos em tempos
Sangra, mas cessa
O pecado é inevitável.

Alexandre Lucas 
Quando criança acreditava no céu e no inferno
Brncava de construir castelos, inclusive de açúcar
O céu e o inferno e os castelos de açúcar existem, bem mais proximos e efêmeros
São como os sorrisos e as nuvens: passageiros
É como um beijo que nao dura um dia inteiro
Muito menos a eternidade
Mais todos os dias
Estamos construindo
O céu, o inferno e os castelos de açúcar.

Alexandre Lucas

Percebo que falo sozinho
Falo com os monstros   e o silêncio
Vou parindo um terço de inquietações
E no meio de quatro paredes sempre me refaço
Café amargo, sem ser coado
Palavras jogadas e organizadas
Quando não tenho muito tempo e sobra muita raiva, cuspo
Nem todos os dias são de delicadeza,
As vezes planto novas flores.

Alexandre Lucas