sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Não! Hoje não!
Guarde os seus pudores,
Rasgue-me o corpo
Grite todas as palavras
Entre a santa, seja a puta
Abençoa teu corpo de prazer
Faz-se maça vermelha e apimentada
Rega freneticamente como todos os teus sabores
Baixe o santo, derrube a mesa e quebra a cama
Quando tudo estive liquidado
Deixe o tempo florir
O sorriso fluir
E a conversa costurar a poesia dos corpos.

Alexandre Lucas


Estou grávido, como um poema verde
A cada dia crescem os sonhos e aparecem contorções
Altero-me para abarcar a vida
E enfrentar os calafrios
Como a vida, engravido todos os dias.
Nem sempre consigo parir
A expectativa apenas cresce
E meu bucho continua magrelo
Diferentemente das ideias
que se alopram
bucho adentro
bucho afora
e o poema permanece verde
e eu continuo grávido
alimentando a utopia
para que a poesia
tenha sempre gosto de esperança.

Alexandre Lucas

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Um buquê de gentileza
Uma mão jardineira
Mexendo na pele  
Cultivando um pé de prazer
Uma roseira de contorcer
Uma flor leve para gingar
Teus olhos a me levar
Para teu corpo modelar .

Alexandre Lucas 

Eu que me pego de várias maneiras
Vejo no horizonte pedaços de mim
Entre sangues e vinhos,
Agarro sempre  no rabo da  esperança
Rodopio e fico tonto
Segurando  roseiras  vermelhas e espinhosas
Para te oferecer  durante e após o combate
Para que os dias não percam  as mãos carinhosas 
Que afagam a ternura  auroras  afogueadas.

Alexandre Lucas     


Deixa teu corpo falar
Já que teus olhos se decodificam
Tuas entranhas choram
E teus pudores te oprimem
 ele quer falar com toda a sabedoria
incontidas das avalanches dos desejos...
deixe teu corpo simplesmente cantar.

Alexandre Lucas    
  
 Que tuas mãos orem no meu corpo 
e o torne sagrado, agrado, arado
que os mantos da pele se façam cobertores de prazeres 
e que o beijo tenha o gosto das erupções
e que você seja um livro saboroso 
para ser saboreado a cada palavra e ser descoberto a cada página
que nos façamos lidos, contidos, cantadores de gemidos.

Alexandre Lucas

Queria ganhar uma poesia dos braços 
o toque na alma das palavras sinceras 
o corpo despido, os pudores estraçalhados
as falas desconexas ritmando a dança dos prazeres 
os olhos revirados em curto-circuito
o pacto, o toque e a troca...
e depois mil palavras para encher a alma. 

Alexandre Lucas


Os teus lábios se fazem decotes 
Desnorteando minhas visualidades 
Embriagando os meus desejos 
Esbugalhados, vermelhos e com ar de borboleta 
Salta e assalta a minha a boca com a velocidade e os gemidos 
Explosivos para liquidar todo o sol. 

Alexandre Lucas