sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Não! Hoje não!
Guarde os seus pudores,
Rasgue-me o corpo
Grite todas as palavras
Entre a santa, seja a puta
Abençoa teu corpo de prazer
Faz-se maça vermelha e apimentada
Rega freneticamente como todos os teus sabores
Baixe o santo, derrube a mesa e quebra a cama
Quando tudo estive liquidado
Deixe o tempo florir
O sorriso fluir
E a conversa costurar a poesia dos corpos.

Alexandre Lucas


Estou grávido, como um poema verde
A cada dia crescem os sonhos e aparecem contorções
Altero-me para abarcar a vida
E enfrentar os calafrios
Como a vida, engravido todos os dias.
Nem sempre consigo parir
A expectativa apenas cresce
E meu bucho continua magrelo
Diferentemente das ideias
que se alopram
bucho adentro
bucho afora
e o poema permanece verde
e eu continuo grávido
alimentando a utopia
para que a poesia
tenha sempre gosto de esperança.

Alexandre Lucas

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