domingo, 22 de setembro de 2019

Encaixe-me dentro dos meus gemidos
A noite recortava pedaços de momentos
Refazendo uma colagem de carne e olhares
Um corpo de mil faces se fez
A palavra tingida de saliva e suor escreveu um poema profano sobre a pele
E os gemidos apenas anunciaram que o prazer é canção que não se canta só.


Alexandre Lucas
Era um corpo vermelho onde sobressaia um corpo nu
Tinha um salto de quatro dedos, apesar de não gostar de saltos
Eles deixaram  nossas bocas rentes
Dois palmos e um sorriso
E saiu
E olhei o desfile querendo  outro desfecho.

Alexandre Lucas

domingo, 15 de setembro de 2019


Publiquei nos jornais
Preciso de uma massagem de língua
Sem troca de valores
E tempos pré-estabelecidos
Dessas que retiram tensões
Alongam a imaginação
E que até fazem nascer dos sorrisos, flores
Massagem língua que contorcem as páginas de jornais    
Enquanto leio tuas pernas.

Alexandre Lucas   

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Gosto de acordar com o canto dos pássaros
Roçar os pés e sentir a trama das pernas
O desejo latejando
E o corpo fiando em outro corpo
uma costura sem ponto
Entre o falo e a língua
Costurar os lábios
Fazendo das manhãs
Um poema cheio de gozo.

Alexandre Lucas

Escondi-me no quarto para voar
Sobre teu corpo fui às estrelas e rastejei como serpente
Envolvido na maça santifiquei o pecado
Fora do quarto escondo as asas e deixo aparente, só os versos.


Alexandre Lucas

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Amolo o tesão com a língua
E a faca deixo cega
Fagulhas dos olhos
Se afinam as estrelas
E nós em terremotos
Nos lavamos de prazer.
Alexandre Lucas

terça-feira, 3 de setembro de 2019


A delicadeza perdi no caminho
Não sei se foi no meio, no início
Mas foi no caminho
Ainda ando procurando caminhos
Encontrei infinitos céus  e inúmeros infernos
Cada qual o com o seu caminho
Já a delicadeza está difícil de encontrar.

Alexandre Lucas     


Quero um poema
Silencioso, para uma noite de gritos
Durante a noite
Quero mesmo é gemido e gingado  
Corpo entrançado
 Boca sendo ouvido da boca
Um poema socado de prazer
Socado, socado e socado
Sem nenhuma porrada
Olhos revirados
Corpos quentes
E um desejo queimando  os lençóis   

Alexandre Lucas    


Cobri-me de espinho
E não foi uma escolha
Espinhei e fui espinhado
De tempos em tempos e por um curto tempo
 Sou rosa
Tenho cheiro forte e beleza encantadora
Mas murcho
As rosas desaparecem rápido  
E os espinhos espinham
Não culpem as rosas, muito menos os espinhos.

Alexandre Lucas