Era um preto
Já morreu velho
Quando pequeno achava que era branco, o preto velho
Quando apareceu meu cabelo branco
Descobrir que meu avô era preto
Acho que nem meu avô, um preto que já era velho
Não sabia de sua cor.
Alexandre Lucas
Era um preto
Já morreu velho
Quando pequeno achava que era branco, o preto velho
Quando apareceu meu cabelo branco
Descobrir que meu avô era preto
Acho que nem meu avô, um preto que já era velho
Não sabia de sua cor.
Alexandre Lucas
Comi um poema sorrindo
E com purpurina traquinando nos olhos
Enchi a boca de palavras e soprei como quem sopra sonhos
O poema chegava na barriga e acordava as borboletas
E elas saiam voando e pintando os versos
Dentre as palavras tinha bolo de cenoura e chocolate
Feito para compor a melhores partes do poema
A parte do tempo e do cuidado, do agrado e da maciez dos gestos.
Alexandre Lucas