sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

É natal, 
Tudo está vermelho, 
o teu sutiã bordado de ouro 
e tua calcinha de alguns dedos 
tua boca deliberadamente vermelha 
e essa deliciosa maçã fincada nos teus caminhos
hoje é dia partilha e estamos fartos de sonhos
a casa vermelha, incendeia e nós nos ceiamos. 

Alexandre Lucas

Para os meus/minhas camaradas de luta... 

Enquanto você se desespera em desaforos 
Eu planto um pé-de-feijão 
Enquanto você bate bum, bate bum , bate bum, bate um , bate bum 
Eu faço uma canção 
Enquanto faz seca 
Preparo a terra com várias mãos 
Afiadas de desejos 
Para adubar a vida 
E construir a revolução. 

Alexandre Lucas

Meu corpo arqueia em delírios 
Ao pensar no teu toque
Acho-me em tua boca
Pele 
Coxa 
Seio 
Ventre 
E no teu gosto gemido 
Entre línguas e pedidos 
Adentro no teu espaço 
Cedido para encontrar com a lua, às estrelas e dançar com o sol. 

Alexandre Lucas

Engula-me com vontade 
Somente me inclua 
Quando se fizer mar dentro de ti 
E teus olhos brilharem como cristal
teus dentes morderem teus lábios
e teus braços quiserem a performance dos meus abraços. 

Alexandre Lucas


Enquanto chove 
Pingo sobre a pele o nosso deleite 
Teus olhos cansados pedem silêncio 
Teu corpo ainda trepida 
Entre pausas e gemidos 
Leves sorrisos 
E um lençol de gozo queridos. 

Alexandre Lucas
É natal, 
Tudo está vermelho, 
o teu sutiã bordado de ouro 
e tua calcinha de alguns dedos 
tua boca deliberadamente vermelha 
e essa deliciosa maçã fincada nos teus caminhos
hoje é dia partilha e estamos fartos de sonhos
a casa vermelha, incendeia e nós nos ceiamos. 

Alexandre Lucas

Para os meus/minhas camaradas de luta... 

Enquanto você se desespera em desaforos 
Eu planto um pé-de-feijão 
Enquanto você bate bum, bate bum , bate bum, bate um , bate bum 
Eu faço uma canção 
Enquanto faz seca 
Preparo a terra com várias mãos 
Afiadas de desejos 
Para adubar a vida 
E construir a revolução. 

Alexandre Lucas

Meu corpo arqueia em delírios 
Ao pensar no teu toque
Acho-me em tua boca
Pele 
Coxa 
Seio 
Ventre 
E no teu gosto gemido 
Entre línguas e pedidos 
Adentro no teu espaço 
Cedido para encontrar com a lua, às estrelas e dançar com o sol. 

Alexandre Lucas

Engula-me com vontade 
Somente me inclua 
Quando se fizer mar dentro de ti 
E teus olhos brilharem como cristal
teus dentes morderem teus lábios
e teus braços quiserem a performance dos meus abraços. 

Alexandre Lucas


Enquanto chove 
Pingo sobre a pele o nosso deleite 
Teus olhos cansados pedem silêncio 
Teu corpo ainda trepida 
Entre pausas e gemidos 
Leves sorrisos 
E um lençol de gozo queridos. 

Alexandre Lucas

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

E nossas vozes de cantos gemidos
Massagearam a madrugada
Em  suculenta sedução
Tocar os céus e sentir o sol do teu fogo
As tuas lambidas de massagem vibrantes
E tua respiração descontrolada
Aclama o teu revirar de olhos
Em curto-circuito de sorridente orgasmo.

Alexandre Lucas   

Que os corpos possam bailar
Na leveza das almas
Que os braços se façam abraços
E que a pele se toque como visgo
E que a vida se refaça
Na composição do aconchego
dos teus encantos.

Alexandre Lucas  

Teu peito severamente bicudo de prazer
Deleita sobre o teu decote franzino
Debulhado  vai sendo modelando
Em ponta de língua
E a casa se desfaz
E a noite sussurra  no encontro da alvorada.

Alexandre Lucas    

Enquanto no corredor
Cruzavam pessoas 
Estava ali sentada de pernas cruzadas
Friccionadas, em ponto de fervor 
lendo um poema erótico 
Que desenhava em palavras 
O desejo de dedilhar
De pensar em abusar
E de nos lambuzar 
Sentir sem cessar 
A tua voracidade 
Em te saborear 
Assim o poema acabar 
apavorado de desejo. 

Alexandre Lucas

Contigo, contigo, contigo, contigo e contigo 
Criei os mais sofisticados sonhos, construir casas e jardins 
Planejei uma primavera infinita 
De tão doce e envolvente o amor 
Peguei na argamassa para fazer cada tijolo 
De tão meloso fiz tijolos de mel
E no primeiro inverno o doce se espalhou pelo mundo
Como um poema de açúcar. 

Alexandre Lucas

Sinto a tua língua presente
Na racionalidade de teu prazer insano 
O decote das tuas vontades foi rasgado
Põe-se nua e decisiva, 
Agasalha freneticamente minha metade 
Trêmula e insaciada 
Galopa até as estrelas. 

Alexandre Lucas

Na calmaria da noite quente
Os pudores desejaram
A nudez da sacanagem 
Selvagem ,
A carícia firme do teu mexido 
Tua voz compassada e despolida 
A palpitação do teu gozo
O teu coração e o teu gemido 
Delicioso. 

Alexandre Lucas

Sinto a tua língua presente
Na racionalidade de teu prazer insano 
O decote das tuas vontades foi rasgado
Põe-se nua e decisiva, 
Agasalha freneticamente minha metade 
Trêmula e insaciada 
Galopa até as estrelas. 

Alexandre Lucas

Debulhar com cuidado e sem pressa
Cada botão do contorno do teu corpo 
Sentir a profundeza da tua respiração 
E o abraço dos teus olhos 
A tua pele doce sendo percorrida
A língua sendo navegante 
No êxtase da cumplicidade 
Desaguados nos caminhos do amor

Alexandre Lucas

Os planos se desmancham
A noite passa... Como se não quisesse terminar 
O pranto é o único aliado
O silencio goteja lágrimas 
Chove aqui dentro
Lá fora está tudo seco...
As esperanças rastejam 
Por hoje. 

Alexandre Lucas

Qualquer som irrita
Quando a flor está rasgada na pele 
Quando o cansaço se alojar como bala no peito 
Quando todos se fazem neutros, 
E você só enxerga cinza, 
A casa se torna imensa 
Tal qual a solidão do seu universo 
Tudo é motivo de inquietação
Até mesmo o mexido do vento
Em tempos de calor. 

Alexandre Lucas

A minha morte é tão viva
Que desisto de carregar o peso 
de esquecer o fardo...
de insistir com a gentilezas 
que confunde as cabeças
a morte é tão dura 
que sigo como Pau-d’arco
duro e vegetal.
Mas há de ter outro dia 
Em que gentileza não confunda 
Que a fraternidade seja um bem comum 
e a verdade seja imperativa, não um temor 
E as flores nunca tenham a beleza plástica
E o carinho não tenha propriedade 
Que as casas sejam povoados de sonhos e de gente 
Assim a vida será tão viva. 

Alexandre Lucas

Amanhã eu posso está morto 
Serei mais um silva 
Na fila Severina 
Meus diamantes que nunca tive 
Estão empoeirados de uma labuta sem fim
O horizonte está embaçado
Os olhos estão ardendo de sal e água
A única luz que vejo é a do poste na minha frente 
A noite está sagrando 
E parece mentir 
A poesia pode amanhecer cinza
E o Poeta mudo
E a casa lavada de sonhos e tomentos. 

Alexandre Lucas

O tempo está quente 
Teu meio parece uma nascente 
Que molha tuas bocas E Acaricia o olhar, o nosso sentir 
Olhos que se envolvem corpos que se penetram 
E deliciosamente se acariciam
Em diálogos ensolarados. 

Alexandre Lucas


Desculpe, os meus desejos sentem fome
Minha língua aguarda tua massagem
Meu corpo quer tuas marcas
Uiva palavras doces e libertárias
mas desprolonga a fome gritante da minha alma. 

Alexandre Lucas

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Quero-me casado comigo. 
Com o todo o meu abuso, 
eu me suporto e eu me obrigo
Faço a minha comida com o tempero que eu quiser 
Sem pitada de pitaco de ninguém 
Lavo as minhas cuecas brancas, vermelhas e encardidas 
E faço o meu café sem coar 
Acendo incenso e tenho minha tralhas 
sou dono das minhas verdades, incertezas e migalhas 
Tenho minhas manias e meus ajeitados
Abro a minha casa para arte e para política e passo dias vivendo isso, 
é a chatice que eu adoro 
Faço tudo no meu tempo, 
E corro de confusão
Sou a pessoa mais gentil, a mim mesmo 
Não me obrigo a opressão
Sou andarilho de mim, digo esquisito mesmo 
pássaro passageiro casado consigo mesmo. 

Alexandre Lucas

Destilação de veneno 
Após potes de geleias
de holanda maconha 
transtorno transcendental
Deus como desculpa 
da sua insana loucura. 
Alexandre Lucas 

Migalhas homeopáticas de afetividade 
Trava a sensualidade, 
Tenho sede para beber toda felicidade de sussurros
Envolver-me nas tuas penas em malabares musicais 
Pular até a lua e se entorpecer com o brilho das estrelas
Desafiar a língua afiada a te bulinar 
Sentir o mel dos teus gemidos 
A acariciar a minha alma. 

Alexandre Lucas



Estou aqui, liberto, 
com os sonhos pendurados em algum canto
aguardando os toques das suas palavras insanas de desejo 
meu cansaço te pede completa, entrincheirada e disposta a me engolir 
Ponhamo-nos na mesa e a deixemos sem nenhum grão de nós. 


Alexandre Lucas

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Não! Hoje não!
Guarde os seus pudores,
Rasgue-me o corpo
Grite todas as palavras
Entre a santa, seja a puta
Abençoa teu corpo de prazer
Faz-se maça vermelha e apimentada
Rega freneticamente como todos os teus sabores
Baixe o santo, derrube a mesa e quebra a cama
Quando tudo estive liquidado
Deixe o tempo florir
O sorriso fluir
E a conversa costurar a poesia dos corpos.

Alexandre Lucas


Estou grávido, como um poema verde
A cada dia crescem os sonhos e aparecem contorções
Altero-me para abarcar a vida
E enfrentar os calafrios
Como a vida, engravido todos os dias.
Nem sempre consigo parir
A expectativa apenas cresce
E meu bucho continua magrelo
Diferentemente das ideias
que se alopram
bucho adentro
bucho afora
e o poema permanece verde
e eu continuo grávido
alimentando a utopia
para que a poesia
tenha sempre gosto de esperança.

Alexandre Lucas

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Um buquê de gentileza
Uma mão jardineira
Mexendo na pele  
Cultivando um pé de prazer
Uma roseira de contorcer
Uma flor leve para gingar
Teus olhos a me levar
Para teu corpo modelar .

Alexandre Lucas 

Eu que me pego de várias maneiras
Vejo no horizonte pedaços de mim
Entre sangues e vinhos,
Agarro sempre  no rabo da  esperança
Rodopio e fico tonto
Segurando  roseiras  vermelhas e espinhosas
Para te oferecer  durante e após o combate
Para que os dias não percam  as mãos carinhosas 
Que afagam a ternura  auroras  afogueadas.

Alexandre Lucas     


Deixa teu corpo falar
Já que teus olhos se decodificam
Tuas entranhas choram
E teus pudores te oprimem
 ele quer falar com toda a sabedoria
incontidas das avalanches dos desejos...
deixe teu corpo simplesmente cantar.

Alexandre Lucas    
  
 Que tuas mãos orem no meu corpo 
e o torne sagrado, agrado, arado
que os mantos da pele se façam cobertores de prazeres 
e que o beijo tenha o gosto das erupções
e que você seja um livro saboroso 
para ser saboreado a cada palavra e ser descoberto a cada página
que nos façamos lidos, contidos, cantadores de gemidos.

Alexandre Lucas

Queria ganhar uma poesia dos braços 
o toque na alma das palavras sinceras 
o corpo despido, os pudores estraçalhados
as falas desconexas ritmando a dança dos prazeres 
os olhos revirados em curto-circuito
o pacto, o toque e a troca...
e depois mil palavras para encher a alma. 

Alexandre Lucas


Os teus lábios se fazem decotes 
Desnorteando minhas visualidades 
Embriagando os meus desejos 
Esbugalhados, vermelhos e com ar de borboleta 
Salta e assalta a minha a boca com a velocidade e os gemidos 
Explosivos para liquidar todo o sol. 

Alexandre Lucas

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Quero que o poema tenha toda a sacanagem
De uma estética intelectualmente tesuda
E que as formas se percam nos lençóis dos conteúdos
Que a mulher pisoteie com as suas palavras a sua bunda
E que após o ato, o trato e o gozo
Tenhamos mil palavras para acariciar o poema
E que a roupa fique espalhada por toda a casa
O prazer do corpo e da alma
Descarta os medidores, os cronômetros
E abomina os níqueis corpos.
E que o poema tenha o desejo
De uma maça verde,
E que o pecado seja sagrado
e que a maça fique esbeltamente talo.

Alexandre Lucas

Esse olhar de profundeza inquietante
Devoram os meus desejos
O tato dos teus mistérios
Sopra fogo...
Enquanto
Imagino a paisagem desnuda
Das tuas vontades sendo traquinada
Olhos fechados, pele orquestrada
E uma serenata de prazer
Caminhando entre suspiros e estradas.

Alexandre Lucas

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Hoje queria ter acordado do teu lado,
apesar de sempre acordar abraçado
com o calor da tua presença
fervilhando meus desejos
Acordei, depois do previsto
Chutando o tempo para apressar
Os contratempos,
Enquanto tomava banho o arroz queimou
 Pedi a bolsa do dinheiro...
E cantarolei um sorriso
Para te desejar bom dia
Como se cada manhã tivesse
O gosto dos teus lábios
E teus tatos desenhando
Felicidades em meio às turbulências
Do cotidiano alvoroçado.

Alexandre Lucas  
     


Teu corpo é um poema
Que cabe em todos os meus desejos
bracelete de soltura
para cantos de liberdade
Voejo de doçura
Em olhos fechados
Massagens de nuvens, em danças de algodão
Poemas esmiuçados
com fogo, flores e revolução.

Alexandre Lucas



Nas tardes quentes
Teu corpo me refresca
Como água serena
Teu beijo suave ergue sonhos
Tuas mãos me navegam as tuas curvaturas
Explodindo as bússolas dos pudores
E incendiando  todas as passividades
   
Alexandre Lucas

sábado, 14 de setembro de 2013

Diante dos teus olhos
Sou gingado de angola
E assim a poesia se Encarne
Nos lábios da aurora
Intenso como o aconchego das brisas
Vou dedilhando os sorrisos
Para respirar novos prismas.

Alexandre Lucas  
   
  


terça-feira, 30 de julho de 2013

Guardo cada multicolor fio
Que foi me tecendo
Neste tear de comunhões
Guardo a maça que murchou
A flor que restou
O riso que do gozo ficou
 O olhar que fincou
Guardo o pão e a palavra
 A gentileza e a companhia
A rebeldia e a sabedoria
Guardo as bandeiras e os lençóis
 A eloquência e a saliência
 A poesia e a despedida
Guardo cada fio que se fez ternura
 Rompendo as amarras dos arames farpados.

Alexandre Lucas

sexta-feira, 5 de julho de 2013

.

E essa poesia que meu deu uma rasteira
Que me derrubou na cama
Que se fez feiticeira
Mulher guerreira
Acendendo fogo
Fazendo lareira  


Alexandre Lucas 

Os teus suspiros engatinham os meus prazeres 
Teu corpo condensado, o meu ao teu ligado
Algas bailarinas
Olhos fechados
Comungando 
Os desejos sagrados. 

Alexandre Lucas

Hoje queria encurtar os nossos espaços 
E ter servir uma poesia quente 
Sentir as palavras sendo degustadas pela tua boca
E ouvir a música dançante do teu corpo 
Embalando os meus infindáveis...
Sonhos. 

Alexandre Lucas

Vem escrever sobre o meu corpo a ternura das tuas palavras
Amparar o sonho, 
Cotejar a estrada 
Cultivar as flores
Regar os jardins 
Ventilar-se entre as bandeiras
Caso necessário fazer trincheira
Para tomar banho renovado de cachoeira. 

Alexandre Lucas

Cocos e metais se espatifam 
Rostos e corpos se espancam 
Proibições e privações 
Apenas silenciam 
Pois as baionetas da consciência e a ternura revolucionária
Ensaiam entre as muralhas 
A revolução. 

Alexandre Lucas

Queira-me neste instante livre 
Entoando cânticos de ternura 
Eriçando teus desejos 
Queira-me meu 
Queira-se sua 
Em corpos emprestados
Bandeiras vermelhas 
E rosas almofadas 
Cantemos a internacional do corpo 
De pé e em sonhos libertários. 

Alexandre Lucas

Os campos humanos ainda brotam flores
A ternura continua sendo uma flor que nasce todos os dias
Ainda acredito nos jardins e na sua humana felicidade
Tudo pode ser mentira: As flores, os jardins e a felicidade
Mas prefiro me entorpecem de sonhos
Para reinventar as flores, os jardins e a felicidade.

Alexandre Lucas
 





terça-feira, 2 de abril de 2013

Entre as lembranças 
Guardo a tua presença 
Incorporada aos meus sentimentos 
A distância nos parece uma insignificância geográfica 
Nossas almas se deleitam a cada instante nas nuvens 
E nas mais doces palavras de ternuras 
Que seja intenso todo acordar
E que no escondido do sol
As carícias e os sorrisos se façam eternos
Para desabrochar cada flor plantada
No nosso jardim sagrado que se reconstrói
A cada instante com as mais vivas cores e
O encanto das borboletas.

Alexandre Lucas


Parece tudo mentira
Um tira de retalhos que se faz balão
Uma palavra que se faz fogo
A rapidez que se parece uma eternidade
E ainda carrego uma montanha de sonhos
e um universo de tranquilidade
com o toque de vida que tem o tempero da tua suavidade.

Alexandre Lucas





A poesia se partiu 
Pelas ladeiras altas 
Entrou pelos becos 
E se perdeu na porta do boteco
Aproveitou para se embriagar 
Embolou a língua e as pernas 
E se fez pensar. 

Alexandre Lucas

sábado, 16 de março de 2013


Entre nuvens vejo as silhuetas dos teus seios
A leveza dos teus toques
A extinta a finidade
E aderência do desejo
Que se faz mar de prazer.

Alexandre Lucas  


Quero contornar o teu corpo como quem contorna o ar
Sentir a tua respiração condensada
A leveza e umidade dos teus lábios
Descobrir o do-in dos teus prazeres
E purificar a alma
Num baile ocular.

Alexandre Lucas


Passei a noite conversando 
Com o tempo e o vento
Comendo as migalhas que me restaram de algumas alegrias 
Abanando-me com o calor das lembranças 
e me acalmando com as teclas 
que me fazem respirar 
desta asfixia de paredes brancas 

Alexandre Lucas

Que as mãos decotem as vontades 
Façam silhuetas e erupções sobre o corpo 
Demarquem caminhos de utopias
E gerem sopros de prazeres 
e distensão de lábios

Alexandre Lucas

Acordo cedo, me parece até que recebo cutucadas do sol 
Armo o escritório na bolsa e saio veloz como a luz para a labuta 
Quando chega a hora de dormir, estou chegando em casa...
Faço isso durante trinta dias 
E ainda fico devendo a mim mesmo. 

Alexandre Lucas

Durante a tarde 
Veio aquele vento forte 
E um calor pedindo a despedida das roupas
E a vestidura de um corpo 
Banhado e com cheiro de jasmim 
Pra fazer da tarde brisa e 
Uma cama de jardim.

Alexandre Lucas

O soro ainda goteja
O braço continua estendido
A agulha entupiu
O sangue se desnorteia
E o buquê de flores...
Perdeu-se no meu do caminho 
O tumulto foi tão grande 
Que me esqueci de mim mesmo 
Imagina das flores. 

Alexandre Lucas

Um silêncio dentro de me bofeteava 
A comida chegou quente e sem gosto 
Comia devidamente apressado 
Queria se livrar de alguma agonia 
Talvez a agonia de ficar só na abundância de gente 
Ou a agonia para chegar logo em casa e provocar em palavras 
A comida indigesta da vida. 

Alexandre Lucas

Minha rosa vermelha murchou 
Guardava enfiada no jarro do coração
O coração quebrou e ficou espatifado pela casa 
Tropecei pelos seus cacos e me senti estalando
Seguro a rosa vermelha murcha com as duas mãos
E te ofereço para regá-la.

Alexandre Lucas

Deixo a roupa estendida no varal das lembranças 
Teu corpo ouriçado e teus mamilos pontiagudos 
Fisgam a sensatez e derrubam os santos das mesas 
Numa prece pressa de prazer 
Em procissão devoto os meus desejos
Acendendo velas para incendiar nossos corpos 
Que se embriagam e diluem de fazeres. 

Alexandre Lucas

Sinto o pulsar quente da tua barriga 
Roçando o juízo 
O toque acalentado 
Dos teus dedos 
A flor de desejo de teus olhos 
Convidando para um baile. 

Alexandre Lucas

Na desmedida ânsia
Perco-me nos sonhos 
Para me achar nos encantos dos teus contornos 
Perfazendo uma cartografia de prazer 
Mapeada com a língua e a oralidade 
Desenhando caminhos e identificando os teus sons 
E os percursos dos teus sabores 
Vamos nos fazendo bussolas 
Para orientar a multiplicidade dos nossos desmanches 
E terremotos de encantos 
Molhados , olhos revirados e sorriso lento
Aguardando recomposição dos dados. 

Alexandre Lucas

Andar de braços dados 
Num encontro de calmaria 
Resfriar-se a com sorvete para preencher as tardes vazias 
Soprar carinho no ouvido para fazer a alma abanar 
Voar levemente na busca do cantar 
Para o silêncio não se instalar. 

Alexandre Lucas

Goteja na poesia sangue e lágrimas
Um sorriso e um insulto 
O boa noite com a esperança do amanhã 
O até logo e o adeus
Na poesia espremesse as dores em forma de sumo 
e regar os gozos com jardins
Insulta o tempo 
E massageia a esperança 
A poesia não é a palavra rimada ou ritmada 
É antes de tudo a vida. 

Alexandre Lucas

Sentir o desprezo das tuas palavras como um abraço forte 
Tonto fiquei perambulando sobre jardim de alfinete 
Gritei silenciosamente e pulei freneticamente
e você pensando que eu dançava. 

Alexandre Lucas

Em véu vermelho me cubro de lágrimas 
Choro o sangue da vida
Manco, cego e com a respiração falha 
Subo aos montes
Faço trincheiras 
E escarro na cara 
Dos que se infiltram como companheiros
E blefam como camaradas. 

Alexandre Lucas

No caminho tinha um amor...
do lado do amor tinha uma pedra 
do outro lado tinha um abismo
e no meio do caminho tinha três caminhos. 

Alexandre Lucas

Fernandes Nogueira 
Todos dormiam 
E você amante do lençol 
Enroscassem na tua ultima poesia 
Depois disso nunca mais te vi...
Mas o seu poema continuou vivo

Alexandre Lucas 

*Fernandes Nogueira – poeta juazeirense que auto-se-desfez na madrugada de um sábado de uma ano qualquer do século 21.

Meus versos choram 
Minha alma se afoga 
Entre os travesseiros e lençóis 
Acordo-me molhado de pesadelos
Enquanto escuto os pássaros cantando melodias suaves
E se protegendo nos altares de luz da cidade. 

Alexandre Lucas

Os toques dos teus carinhos 
Passeando pelas minhas lembranças 
Cantarolam saudades. 
Os dias fazem chuvas e trovões 
Enquanto me encolham 
Nos meus lençóis. 

Alexandre Lucas

A cada notícia uma morte se faz 
As lagrimas já não existem 
O rosto sereno 
Mas parece uma fotografia 
De tão estático 
Os olhos não expressam emoções 
Com as mortes e as dores
Uma notícia em jaz sentimento. 

Alexandre Lucas

Algumas paredes enterram forças e sonhos 
Depilam as alegrias 
E o baile se inicia sem música 
O corpo se contorne 
Sobre os teclados 
Que denunciam os grilhões
E as poças de lágrimas 
Que se escondem por trás das redes. 

Alexandre Lucas

É como se a alma observasse o próprio corpo sendo triturando no moinho 
Uma dor sem fim, uma dor que dói só de se ver
Enquanto isso tento segurar um sorriso banguelo 
Entre a lucidez e a embriaguez do cansaço. 

Alexandre Lucas

Vomito os entalos da vida 
Tropeço nas palavras 
Para construir o verso 
Com rima e ritmo quebrado 
E desengasgar o grito. 

Alexandre Lucas

Iluminadamente só 
Faço-me candeeiro 
Enquanto escuto a orquestra dos grilos 
De um lado uma faca afiada para despir o lápis 
Um papel manchado de sangue 
É perfurado pela ponta do lápis 
E sem nenhuma palavra o poesia se fez. 

Alexandre Lucas

Só quero enforcar minhas dores 
No ultimo andar 
Quero que a língua fique para dentro 
E que nenhum falso sorriso sair saltitante pelo ar
Hoje a poesia se encolhe como se fizesse casulo 
Porque faz frio lá fora, 
Enquanto me queimo em inquietações.

Alexandre Lucas

A ausência chibateia os sonhos 
Como uma carta de morte, 
Finada ficou a estrada
Os brincantes se despiram
E saíram chorando
Pelas luas que se esconderam 
Pelas loas que se silenciaram

Alexandre Lucas