sexta-feira, 28 de junho de 2019

Institucionalizaram as relações
A república do amor
Fez teses 
e a burocracia do afeto se  fez fluxograma
A política do desencanto
Vestiu farda para ser identificada
Enquanto isso fiquei nu
Em pleno tribunal
Só para desacatar
Os paletós e as maquiagens.

Alexandre Lucas 

quinta-feira, 27 de junho de 2019

No carro apertado, que cabia apenas nossas bocas
Um verso gostoso se escreveu entre as línguas
O despertador  tocou
Nem sempre o sonho dura muito.

Alexandre Lucas 

Tinha uma maquiagem na mesa
Taquei na cara
Deformei meu rosto
Eu que achava que não tinha escondido nada
Escondi minha fúria e meu sorriso
Meu rosto pintado
Esconde desejos
 E diz quem eu não sou.

Alexandre Lucas    

domingo, 23 de junho de 2019


O quarto estava cheio
Dividia ele  com lembranças, fogos e fogueiras  
Rabiscava  num canto da parede
Gritos
O corpo jogado nas lágrimas
Ensaiava um manifesto
Escrito com cacos de vidro
Que dizia que algo estava queimando
E não era festa.  

Alexandre Lucas   

segunda-feira, 17 de junho de 2019


Sobre a morte quero quase sempre a vida
Não dará para fazer tudo amanhã e nem agora
Faço planos que não cabem na cabeça
Não sei se é preciso ter pressa
Voar ou cessar
Na parede está escrito  que Deus está voltando
Nos templos, deus se confunde com o diabo
As ruas estão desertas
E a tristeza conversa no quarto
Um homem bomba a qualquer momento pode explodir
Na sua carta cheia de vida, todas as palavras
Menos mimimi.

Alexandre Lucas    

quarta-feira, 12 de junho de 2019


Sobre o amor
Não busco nos dicionários
Nem nas bulas padrões do comportamento
O amor é prisão, desde que cercaram o nosso corpo,
Antes precisaram cercar a terra e a nossa consciência   
Presos,  nutrimos tantas coisas
Inclusive a esperança
Enquanto existir a propriedade privada, inclusive a  minha e a tua
O amor será restrito.

Alexandre Lucas