quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

A língua, bendita de todas as palavras
É sempre mal falada
Entre as curvas escrevo poesias
Algumas que só se sente
Como a língua que o corpo bem entende.



Alexandre Lucas

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

O tempo nos convoca para bailar
Para transformar suor em esperança  
Balançamos
Como corpos de fitas coloridas
Na dura vida proletária
O amor se faz carne,
Verbo
e infinito desejo de suprimir a fome , a sede e as secas.

Alexandre Lucas   

domingo, 25 de fevereiro de 2018


Um poema composto por olhares e risos
Mãos que se fazem plumas
E uma certeza infinita que é possível galopar na lua
Bolar sobre o sol
E se encher de eternidade
Que o poema da vida tenha essa intensidade
Que seja árvore com frutos de maça  e tenha asas
Para sobrevoar o infinito da imaginação.

Alexandre Lucas   


No caminho tinha uma flor, uma pedra  e a nossa possibilidade
Peguei com carinho a possibilidade, sem esquecer a pedra e a flor
Seguro a flor para nos proteger da pedra
E a pedra me serve para abrir caminhos.

Alexandre Lucas  


Chega, ocupar e sai
Como uma nuvem, as vezes são os amores
Com delicadeza o verso se faz
Com estranheza se tudo se vai.

Alexandre Lucas  


Escrevo como uma exigência da vida
Busco arrancar as feridas encravadas na alma
Evidenciar os banquetes da carne, do verso e do cotidiano
Escrevo para desacatar a ordem da minha desordem
Com requintes de formalidade a burocracia exige:  escreva
Escrevo com  delicadeza,   quando possível
Uso a foice e o martelo para escrever e toda fúria racional
Quando vou talhar a revolução.

Alexandre Lucas     

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018


Em resumo as palavras se condensam
com o verso do teu olhar
Expressamente confidente
sacolejo de rios risos
que se fazem caminhos
No calor da luta proletária
Em construção
se tece almofadas de carinho
para acomodar os tijolos da vida.


Alexandre Lucas

sábado, 17 de fevereiro de 2018



Nos jarros do teu olhar
Tomo banho de encanto
Faz primavera  entre nossas bocas
O riso sai fácil
Chove cores
Enquanto escrevo a singularidade  da vida
Nossos corpos se separam na labuta proletária  
Mas se encontram  a cada instante num canto de esperança.  

Alexandre Lucas

Testemunho que no momento exato
Não existe nenhuma borboleta
Voando dentro da barriga
E que não passou nenhum passarinho verde
Testemunho também que a lua não é minha
Nem a mulher
E nem os botões da vida
Confesso  que o poeta também escreve sonhos e descreve desejos
que a poesia brota da concretude do ser
e que as palavras em tempos de esperança são como asas, nos fazem ir além.

Alexandre Lucas

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Quero sentir as palavras mais sinceras de carinho
A gente sente as palavras
Como as mãos, elas deslizam, sobem
Fazem massagem
Olho no olho até se embriagar de sorrisos 
E ver o brilho estufado sem se conter...
Procuro palavras perdidas
Caso me encontre deixei por gentileza sentir.

Alexandre Lucas
Quando criança  acreditava no amor
Pleno, eterno e no romantismo dos contos de fadas
Mais no percurso conheci as rosas,
Com todas as suas simetrias, delicadezas e cheiros  aconchegantes
Descobrir que elas tem espinhos, precisam de cuidados ( é preciso cuidar de tudo)
As rosas murcham, como o amor....

Alexandre Lucas 

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Caberia todo em minha boca
O desejo profano
Ficaria de joelhos
Sentindo a profundeza dos teus suspiros
E tua mão dirigindo a minha cabeça  
Alegremente perdida num mar de vontades
Desacelero, só para sentir a pele quente,
O olho afiado que perfura com carinho
O gesto safado
O poema gostoso do gozo
É tão intenso que  transborda entre as palavras.


Alexandre Lucas          


Na dança das cadeiras
Aquele que não for esperto
Não dança,  cai.

Alexandre Lucas   

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Ofereço-me no café, na prosa e no olho da conversa
Na estrada, na rede  e no canto da escada
No livro  e na livraria
Estou em oferta
Como o sol está para terra
Pelas noites,
Escondo-me e me oferto aos sonhos.

Alexandre Lucas


Estou tango
Dançando triste
Carregado de um olhar compassado de desejo
Estendendo a mão para dançar
Sentir o verso das pernas e o sopro malicioso no pescoço.   

Alexandre Lucas               


Estou aqui, certo que não é bem aqui
Saudade é lembrança que vem em  imagem
Com cheiro de presença
Calor do tato, do olhar e do sorriso que   acolhe a esperança
Estou do outro lado
Querendo mesmo está no mesmo espaço compartilhado.

Alexandre Lucas


Vamos orar para que alma seja livre
e que o encontro dos corpos
seja uma benção de felicidade
que os rosários não precisem pedir perdão
vamos orar em ação,
corpo em movimento para dividir prazer,
mas também o campo e a  cidade
no verso que se comunga com revolução.

Alexandre Lucas 

Trovoadas de gritos
E ninguém consegue escutar
Silenciosamente as paredes fazem companhia 
Aqui dentro faz barulho
Já falta força para abrir a  porta e sair
O pávio está curto,
A porta vai abrir a qualquer momento.

Alexandre Lucas


O café da manhã não precisa ser na cama
Quero um corpo quente roçando carinho
um bom dia acompanhado de um sololento sorriso
Um corpo ativo  bagunçando tudo 
O café não cabe na cama, mas  pode ser feito a dois para que não haja espera.


Alexandre Lucas

[23:39, 27/1/2018] +55 88 9679-2889: Entre bucetas
Nem sempre o ânimo
Caminha entre as pernas
O verso sai como pêlo encravado, dolorido
Polido é o jogo de palavras que agora não quero gozar
Não é licença poética
É poética que não se normatiza
Imoral ou imortal
Não é a poesia
É como se ver cada tempo.

Alexandre Lucas


Faço um bordado com sangue
Só pra disfarçar a dor
Ergo as palavras numa confissão de martírio
Amanhã, sempre dizem que é outro dia
Talvez até seja 
Talvez sobre apenas as palavras.

Alexandre Lucas

Não entendo de signos
Queria entender dos mapas
Que pontua cada ponto de prazer no universo do corpo
Do sol e da lua, que narra as histórias de desejo
Da boca que profana gemido e delicadeza 
Da ascendência dos hormônios
Da liquidez do orgasmo
E da imensidão dos cosmos-corpos
Que compõe os signos
Da carne, dos olhos e da na ocupação na varanda do ser.

Alexandre Lucas

A cidade cinza perde as cores alegres
Secam o brilho dos olhos
Como os casais que perdem o desejo de tecer no corpo do outro
Toquemos fogo
para ver no calor da vida, o amarelo, vermelho e azul...e outros desejos.

Alexandre Lucas


Entre a terra dividida e o corpo socializado
Demarco o desejo
Da felicidade construída a cada palmo de prazer
Faz da terra pão e do corpo comunhão
Sem que haja contrassenso
Entre o discurso e ação
Que se estenda a palavra à boca molhada
E na terra tenha fincado os mais altos
Desejos de partilha.

Alexandre Lucas

Trovoadas de gritos
E ninguém consegue escutar
Silenciosamente as paredes fazem companhia
Aqui dentro faz barulho
Já falta força para abrir a porta e sair 
O pávio está curto,
A porta vai abrir a qualquer momento.

Alexandre Lucas

Um café derrama pela noite insônia
O papel recebe o gozo da cabeça inquieta
O esboço ganha forma com o conteúdo que jorra: cabeças
Preto, branco e silhuetas de desejos e conflitos.
Na fábrica da imaginação 
O operário é patrão.

Alexandre Lucas