quinta-feira, 21 de junho de 2018


Em dias frios
Suspiros e boca quente
A consciência flutua
Falta ar
O coração dispara
Enquanto escorro
Entre os teus olhos  e lábios arregalados.

Alexandre Lucas    


Escreveria nos teus lábios
Com língua e dedos
Um poema gemido
De cada sim  e de  parte a parte
Um verso contorcido
Nós tecidos
Escreveríamos um livro  

Alexandre Lucas    

domingo, 17 de junho de 2018


Escutava-se do apartamento  blues e choros
Talvez já seja tarde para o abraço silencioso
Para conversa com agua e café
Mil desaforos e infinitas declarações de amores
Foram professadas do  mais  potente alto falante
Ninguém escutou
Esse silêncio é um cartão de visita sem volta
Um rio de lamentos  interrompido no caminho.

Alexandre Lucas     


Ainda namoro comigo e não é nada fácil
Tem dias que menstruo e nem quero  tomar banho
E obrigo  a me suportar
Tem horas que desejo  bailar na cama sem horas para cessar
Em outros o silêncio é a  melhor serenata
Têm dias de dores, esses são os piores
Parece que entramos no liquidificador
E não sabemos apertar os botões, aquele que para
Mas ainda bem que namoro comigo
E ainda não me encontrei com Maiakovski.

Alexandre Lucas       


Engasguei-me  com o assalto
Quando levantei as mãos
Já estava despido
Com frio e  medo
Encolhi-me  
Para escrever
Poemas chorosos de esperança.

Alexandre Lucas   

sexta-feira, 1 de junho de 2018

O dia amanhece
O sol parece chorar
Na estrada caminhões parados
Faixas pedem intervenção militar
A afefalia desfila na estrada
A história foi enterrada numa butija sem mapa
Vamos escavar as estradas, desenterrar a história
Com militar nem greve, nem poesia
Atesta a história
Liquidificadores de sangue
Orquestrados nos porões
Silenciosos do poder
Maqueiam a ordem
Da tortura, censura e da frescura.

Alexandre Lucas