sexta-feira, 16 de abril de 2021

 

Você abriu a porta com aquele vestido aparente seios

E uma voz macia que parecia fazer cama

Seu corpo nu configurava na tela atravessado de facas e tesouras

Teus olhos cor de esperança declarava ternura

E escondia um turbilhão de segredos

Líquidos de uva, acalentava descobertas numa dislexia de afetos

Tuas palavras recheadas de mãos me faziam sentir a dança das folhas e os terremotos

Já conversávamos quase despidos, ainda não dava para ver as cicatrizes

Apenas os olhos famintos de quem quer descobrir o mundo numa noite

Enquanto isso nossos dedos se despediam com juras de cafuné.  

   

Alexandre Lucas

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