quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Tenho medo da palavra não dita
Da exclusão
Da inclusão sem consulta
Da dominação,
Tenho medo da bala, da faca, da fala
Do domínio invisível do capital
Da rapidez e da força da opressão 
Do Preconceito, do olho avesso
Do desrespeito, da perna que ultrapassa sem permissão
Tenho medo dos que não sabem dizer não 
Que proliferam a hipocrisia e esquecem da poesia
E ainda tenho medo  do corpo livre e do corpo fechado
Numa sociedade de um povo privado.


Alexandre Lucas

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