sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Na varanda rasgo as últimas palavras

para compor um poema incompleto 

Noite deserta

O punhal perfura o escuro 


Sangra o peito do tempo


O tempo não tem peito


O punhal briga com o vento


Cansado, desmorono da varanda


deslizo entre os galhos das roseiras


Sangra


as palavras voam 


O tempo que não tem peito


são como as águas dos rios


Passam.




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