domingo, 21 de junho de 2015

Um dia
Sem uma data marcada
Poderei explodir,
num corpo surrado sem chibatadas
silenciar de uma vez por todas
os martírios dos olhares debochados
Os abusos inseparáveis
A descrença que tens
E a distância que praZERA
Amanhã é tarde ou noite
Deixarei o recardo sem nenhuma palavra
Apenas tenha a certeza que viajei
Não espere, não volto  
Deixei alguns versos escritos
Plantei algumas arvores
Poderá fazer sombra, sei lá
Ah, fiz um  filho que necessita criar as suas próprias pernas
Deixei também outros sonhos escritos
que não falam de borboletas que vão a lua
mas de gente que se constrói no sonho e na luta  
Um dia sem data marcada não estarei com vocês
Não guardem nada, nem o rancor, nem alegrias
Caiam nas ruas empunhando as bandeiras da produção dividida
Do corpo socializado e do sentimento despossuído
Encha os lares de pão e riso
De beijo e lírios.
Por favor, não esperem!


Alexandre Lucas  

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