segunda-feira, 3 de outubro de 2022

 Eu que não sou de aço

Sinto o vento e o fio da navalha 

A palavra e a mão que acaricia 

O ruído, a partida e a barriga 

A flor que seca 

Eu que não sou o aço

Destempero mais rápido 

Fácil me desfaço 

Como o fio frágil da aranha

Sigo, paro, choro, 

Tento, caio e grito 

Eu que não sou de aço

Faço-me sangue, mar e gozo 

Passo a corda,  sinto desejos, pedalo, estrago 

Trago no peito as pétalas das rosas e as folhas de seda

Os espinhos 

Os molotovs para incendiar o frio

As pedras, os paus, os  punhos e um megafone para gritar: 

Aqui não ė o aço. 


Alexandre Lucas

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