quarta-feira, 24 de maio de 2017

É quente o lençol da companhia
o verso da manhã que se escreve entrepernas
Conforta o gosto de acreditar
O café desce
nem amargo, nem diabético
Na medida necessária
De um cafuné matinal
Esquentado de delicadezas frouxas.

Alexandre Lucas

Tu que tens um jeito de me querer
Resiliente
Entre os lençóis e pés descalços da vida
afaga o falo na fala do prazer
Que revira a sala da safadeza,
delicadeza é quando abraça
mesmo sobre lençóis de escombros
 tu que tens o jeito teu
eu particularmente ( explosivo) o meu
enrosco-me em tuas pernas
para sentir a fala da companhia
em tempos de guerra e de busca de estrelas.

Alexandre Lucas

Seja flor que se cheire
Mesmo em dias suados
Se abra com a delicadeza
Ponha-se no sol que queima na labuta
E faça fumaça de sonhos
Acenda a lua e faz estripulias de prazer
Plante a flor no vaso que é você.

Alexandre Lucas

Chega abarrotada de desejos
Vem ser cabelo no pente das minhas mãos
 Deixar-me acordado no café quente das tuas entranhas
Esse sorriso disfarçadamente tesudo
Acaricia o texto do encontro
Cuidemos, a temperatura aumentar na devassidão dos pensamentos
E já me quero mar pastoso de nós.

Alexandre Lucas

Ganhei um saco de mentiras
Todas encaracoladas
Quando fui ver
 Um câncer estava instalado
E de tanta ira
joguei fogo
Restou as cinzas
Quem sabe se transformam em adubo
Talvez nasça um baobá
E faço ninho
Ou as cinzas se espalhem entre as poeiras.

Alexandre Lucas

Enquanto dorme reviro o mundo
Soprando sonhos de paz
Teu corpo quente acende os dias frios
A companhia dos teus olhos acessos de carinho
Transbordam com a companhia sincera que dialoga com o cotidiano cheios de ematomas
Não nos afastemos
As mãos se estendem enquanto as lágrimas escorrem
E a poesia nasce com a delicadeza do cuidado.

Alexandre Lucas

Entre as terras e o corpo
uma propriedade
Ninguém vê o corpo transitar livremente pelas terras
Nem terras sem corpos protegendo
Quem consome quem
 Dualidade cercada
Desinventemos as linhas que separam e as asas que se cortam.

Alexandre Lucas

Usa todas as tuas canetas
Nenhuma será vermelha
Teu sorriso plástico e amarelo
Combina com teu sangue azul
Azul de pássaro bicudo
A matemática aponta valores
Que somados fazem mentiras voarem como verdades
Não tenho canetas,
Apenas uma cueca suada
Sem nenhum valor.

Alexandre Lucas

Pergunto-me que são os companheiros?
Em que trincheiras estão e por que se movem ?
Na hora que sentirem sede como dividirão a agua?
Quando outro companheiro for abatido quem quem se fará maca?
Qual será a sua bandeira na hora do poder?
 Entre os companheiros, existem parasitas que se pintam de estrelas cadentes, usam ternos vermelhos, abraçam os operários e pousam para fotos
alargam seus pulos para o privado poder
Acertaremos as contas,
 Sempre é hora de perguntar
O que é isso companheiro?

Alexandre Lucas

Esperando, esperando, esperando...
No caminho tem uma pedra,
Não é de Drummond
No caminho tem uma vidraça
 No caminho
Restará a pedra e cacos de vidro.

Alexandre Lucas


A negligência esbanjou
A corte burguesa
Com ares de vermelho artificial
A história açoita o trabalhador
Sem licença, sem ser cortês
E a paciência se esgota como molotov.

Alexandre Lucas

Daria-te um buquê de spray de pimenta, o tempo não está para flores
Entre a bomba e o relógio não existe distância
A inércia da caneta do poder esquenta a irá
Reservo mil palavras descompassadas
O vaso da paciência
Ficou triturado
Dois passo para trás
Só para pegar impulso.

Alexandre Lucas





Nenhum comentário:

Postar um comentário