segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Não rasguei nada,  
Retirei com toda delicadeza as peças dos teus pudores
Teu corpo molhado esbanjado vontades
Escorregou sobre os dias
Entre bandeiras vermelhas e maçãs insaciáveis
Tecemos carícias, beijos e poesias.

Alexandre Lucas    


Coma-me
Com todas as preces,
Enterra todas as pressas  
Quero-te faminta
Gasguita e com ferocidade doce
Desvendado sabores
Olhares e louvores.

Alexandre   

Entre a boca a desmedida língua
Fazendo travessia 
Malabares de prazer 
Enredos e poesia
Dançarina 
Balanceia sonhos, cambaleia olhos 
Atrevida que faz jorrar a vida. 

Alexandre Lucas

Se eu morrer hoje 
Fica algumas palavras e algumas lágrimas 
Uns versos de vida inacabados 
Alguns amores rebeldes e avoantes 
Recheados de ternura e fraternidade 
Deixarei minhas dores e minhas sandálias 
De couro para tecer novos caminhos
Permanecerão os sonhos 
uns do tamanho da vida, 
Infinitamente imensurável 
Outros tão pequenos 
Que caberiam em qualquer sala
Que não precisaria ser minha 
Bastaria ter apenas a certeza 
Que na Salinha poderia depositar todos os meus sonhos 
Sem nenhum olhar estranho. 
Se (e se) eu morrer hoje 
Não guardarei nenhuma certeza 
Morto não tem certeza
Mas enquanto vivo, sinto dores e olhares estranhos
Meu corpo labuta, minha mente se espatifa
E mesmo zonzo e esbofeteado pela realidade
Vômito as palavras que se engasgam 
Crendo que amanhã haverá poesia e crianças brincando no pátio da minha alma. 

Alexandre Lucas 


Ando em terras próximas
Aconchegado pela saudade 
E pelas noticias raras. 
Percorro os meus caminhos
Cantando amores de passarinho 
Para que as vielas do coração 
Não se apetem 
Com fios de opressão 

Alexandre Lucas

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