Eu que não sou de aço
Sinto o vento e o fio da navalha
A palavra e a mão que acaricia
O ruído, a partida e a barriga
A flor que seca
Eu que não sou o aço
Destempero mais rápido
Fácil me desfaço
Como o fio frágil da aranha
Sigo, paro, choro,
Tento, caio e grito
Eu que não sou de aço
Faço-me sangue, mar e gozo
Passo a corda, sinto desejos, pedalo, estrago
Trago no peito as pétalas das rosas e as folhas de seda
Os espinhos
Os molotovs para incendiar o frio
As pedras, os paus, os punhos e um megafone para gritar:
Aqui não ė o aço.
Alexandre Lucas
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