Que
os traços simples
Desenhem
Podem ser nuvens
Passageiras até
Intensas e leves
Que refaçam brilhos
Que brinquem com a imaginação
Que sentem na calçada
De uma praça qualquer
Tome sorvete
Para instigar o desejo
Que seja simples
Como o arroz e feijão
Tão trivial e necessário
Esse é o requinte
Mastigado na delicadeza
Que transforma o vago, o simples
Num verso de encanto.
Desenhem
Podem ser nuvens
Passageiras até
Intensas e leves
Que refaçam brilhos
Que brinquem com a imaginação
Que sentem na calçada
De uma praça qualquer
Tome sorvete
Para instigar o desejo
Que seja simples
Como o arroz e feijão
Tão trivial e necessário
Esse é o requinte
Mastigado na delicadeza
Que transforma o vago, o simples
Num verso de encanto.
Alexandre
Lucas
Comuna
de prazer
Eis a cidade corpo
Com suas avenidas e curvas
Suas casas e suas fabricas de sonhos
Suas vielas molhadas
O detalhe dos altos
Querendo se libertar das rendas
E entre palavras e imagens
Teu corpo comuna se materializa
Teus olhos se fazem semáforos
De uma só cor: Verde
Vou atravessar
Para temperar o aperto nos lábios
Para sentir o engarrafamento dos corpos
Impregnados de humanidade
A cidade fria e a cidade quente
Pede um tempo comuna
Em que corpo seja uma canção fraterna
De uma terra solidária
Que as mãos se misturem com as bocas
Para construírem rios de turbulentos gemidos
Com casas fartas de pão, risos e emancipação.
Eis a cidade corpo
Com suas avenidas e curvas
Suas casas e suas fabricas de sonhos
Suas vielas molhadas
O detalhe dos altos
Querendo se libertar das rendas
E entre palavras e imagens
Teu corpo comuna se materializa
Teus olhos se fazem semáforos
De uma só cor: Verde
Vou atravessar
Para temperar o aperto nos lábios
Para sentir o engarrafamento dos corpos
Impregnados de humanidade
A cidade fria e a cidade quente
Pede um tempo comuna
Em que corpo seja uma canção fraterna
De uma terra solidária
Que as mãos se misturem com as bocas
Para construírem rios de turbulentos gemidos
Com casas fartas de pão, risos e emancipação.
Alexandre
Lucas
Minha
vó
Ensinou-me a escolher laranjas e pequis
E tentou ainda me ensinar a desenrolar sacos numa paciência interminável
Talvez sacos não sejam difíceis de desenrolar
Já a paciência é outra coisa
Lembro-me daquela senhorinha
Franzina, cabelo branco e disposta
Dona Maria
Como muitas marias
Perdeu parte do brilho da vida
Perdendo a vida do filho
A rede de vó balança na memória
Como a casa cheia
e o desejo de aprender a desenrolar sacos.
Ensinou-me a escolher laranjas e pequis
E tentou ainda me ensinar a desenrolar sacos numa paciência interminável
Talvez sacos não sejam difíceis de desenrolar
Já a paciência é outra coisa
Lembro-me daquela senhorinha
Franzina, cabelo branco e disposta
Dona Maria
Como muitas marias
Perdeu parte do brilho da vida
Perdendo a vida do filho
A rede de vó balança na memória
Como a casa cheia
e o desejo de aprender a desenrolar sacos.
Alexandre
Lucas
Entre
tentar e fracassar
Guardo uma coleção de amores
Escrevo com as lágrimas ditando palavras inchadas de saudades
Dos risos soltos e dos largos prazeres cantarolados em gemidos
Histórias partidas
Como a maçã mordida
Que não se recompõe.
Guardo uma coleção de amores
Escrevo com as lágrimas ditando palavras inchadas de saudades
Dos risos soltos e dos largos prazeres cantarolados em gemidos
Histórias partidas
Como a maçã mordida
Que não se recompõe.
Alexandre
Lucas
Afaste-se
sangro pela boca
A mesma que pronuncia o verbo do gozo e dar dor
Estou em rios
Como uma menstruação
Esvai-se parte que se renova
Não chegue perto
Deixe-me sagrando
Enquanto escuto
Os barulhos das correntezas sanguíneas.
sangro pela boca
A mesma que pronuncia o verbo do gozo e dar dor
Estou em rios
Como uma menstruação
Esvai-se parte que se renova
Não chegue perto
Deixe-me sagrando
Enquanto escuto
Os barulhos das correntezas sanguíneas.
Alexandre
Lucas
Eu
me mato
Com um cordão de verso no pescoço
Já é tarde e a indiferença ainda dorme
Nem perceberá a minha despedida
Tive pressa
E o amor não chegou
E entre a flor do bem me quer ou mal me quer
Prefiro sair e pular
Da ponte que a desordem pariu.
Com um cordão de verso no pescoço
Já é tarde e a indiferença ainda dorme
Nem perceberá a minha despedida
Tive pressa
E o amor não chegou
E entre a flor do bem me quer ou mal me quer
Prefiro sair e pular
Da ponte que a desordem pariu.
Alexandre
Lucas
Angu
Milho, sal e água
Algumas mexidas
E como a vida
Vamos (nos) mexendo
De angustia em angústia
Na brevidade na dor
Abreviamos até a angústia
Como sinônimo de intimidade.
Milho, sal e água
Algumas mexidas
E como a vida
Vamos (nos) mexendo
De angustia em angústia
Na brevidade na dor
Abreviamos até a angústia
Como sinônimo de intimidade.
Alexandre
Lucas
Houve
um momentâneo assassinato
As ruas da alma ficarão na escuridão
Fizeram tabuleiro de desprezo e de tristeza
Na precisão da vida
Chutou-se os tabuleiros
Para ressuscitar o alivio.
As ruas da alma ficarão na escuridão
Fizeram tabuleiro de desprezo e de tristeza
Na precisão da vida
Chutou-se os tabuleiros
Para ressuscitar o alivio.
Alexandre
Lucas
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